21/03/2020

VinteVinte - 2




2.

[INTERVALO PRÉVIO AO DOMINGO
– E TODO EM REDONDILHA-QUINTA]

Coimbra, domingo, 5 de Janeiro de 2020



[Faço este livro
No novo Janeiro
Dele me não livro
Nem em Fevereiro

Figuras à luz
Que da minha sombra
V. mostram Coimbra
Se eu for capaz

De três já mostrei
Figura-de-gente
Uma é jacente
Mas todas são grei

Certa é toponímia
De vias nomeadas
Mui por mim andadas
Todas homonímia

De meu ter-nascido
Aqui mesmo assim
Ide Vós por mim
Que me quero crido

Um lampião faz
De lua que brilha
Ao tempo que a Filha
Se me fez de luz

Ó que brincadeira
A colecção d’anos
Não é água-doce
Sermos oceanos

Toca ’vagarito
(Quem for gente, sente)
Caco de versito
Barro diferente

Antes dar por mortas
Imagens caladas
Que, por não-faladas,
Se quedam incertas

Natário & Nobre
Gente de Coimbra
Aurélio, que ainda
Nem rico, nem pobre

E outros que virão
A decassilabar
Deixá-los multidão
Fingir ser & estar

Em triste maneira
Nunca partilhada
(Como bebedeira
Zero & mais nada)

Já de livro dei
Plena livro-idade
(Que a liberdade
Nunca teve rei)

A minha lareira
Ardia pessoas
Cuja fala inteira
Era brasas boas

(Mas nem lareira em casa
De arrendamento:
Tal a fio-d’asa
Seja assentamento)

Domingo já veio
Janeiro ’inda é
(Criei de permeio
Um tal Jaime-Zé)

Vem tu, Carolina
Catarina, vem
Mãe foi pequenina
(: E Aurélio sem).]

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Canzoada Assaltante