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Coiso & Coiso
“Informação não é sabedoria.” Assim diz uma personagem de John Le Carré (em Single & Single, obra de 1999). Está certo. Todo o emissor de informação deve ficar por aí: pela emissão. É ao receptor que cabe a eventualidade de, assimilada a informação, a transformar, ou não, em saber. Isto está certo noutros sítios do mundo. Em Portugal, está visto que não.
Todos os dias, a comunicação social (a séria, a ética, a mais ou menos independente e profissional) emite sinais informativos de importância maior. E todos os dias o País se borrifa alegremente para a gravidade do factos que lhe são expostos. Somos um país pintor: estamo-nos nas tintas para o que nos borra a pintura.
Ao correr da pena, folheio aleatoriamente os jornais da manhã de terça-feira. (Nota: quase já não ligo nem a nem à televisão, pois que mais e mais desacredito nos “conteúdos” superficiais da caixa mais ilusionista do que mágica.) Que me informam os jornais? Um ror. Um horror. Exemplos?
O actual presidente da Lusoponte, quando no Governo em 1994, assinou com a mesma Lusoponte o “monopólio da exploração de tudo o que fosse ponte”. (M. A. Pina, JN, pág. 64.)
Alterações ao Código de Processo Penal comprometem, segundo os magistrados, o combate à “criminalidade violenta e altamente organizada” e à “criminalidade económico-financeira”. (DN, pág. 65.)
Em Murça, um cartaz-outdoor que responsabilizava o presidente da Câmara e o primeiro-ministro pelo encerramento da urgência foi retirado. Ordens do cacique local. (Público, pág. 7.)
Governo encaixa 50 milhões de euros com “engano na precisão da taxa de inflação para o ano passado”. (CM, manchete e pág. 22.)
Devolvo os jornais à banca, peço um café e digo-vos que, de facto, estou mais informado, mas não mais sábio. Tu também não, decerto, digníssimo leitor meu.
Nem tu nem eu sabemos como se chama o presidente da Lusoponte. Muito menos o da Câmara de Murça. Olha, tratemo-los por Single & Single.
“Informação não é sabedoria.” Assim diz uma personagem de John Le Carré (em Single & Single, obra de 1999). Está certo. Todo o emissor de informação deve ficar por aí: pela emissão. É ao receptor que cabe a eventualidade de, assimilada a informação, a transformar, ou não, em saber. Isto está certo noutros sítios do mundo. Em Portugal, está visto que não.
Todos os dias, a comunicação social (a séria, a ética, a mais ou menos independente e profissional) emite sinais informativos de importância maior. E todos os dias o País se borrifa alegremente para a gravidade do factos que lhe são expostos. Somos um país pintor: estamo-nos nas tintas para o que nos borra a pintura.
Ao correr da pena, folheio aleatoriamente os jornais da manhã de terça-feira. (Nota: quase já não ligo nem a nem à televisão, pois que mais e mais desacredito nos “conteúdos” superficiais da caixa mais ilusionista do que mágica.) Que me informam os jornais? Um ror. Um horror. Exemplos?
O actual presidente da Lusoponte, quando no Governo em 1994, assinou com a mesma Lusoponte o “monopólio da exploração de tudo o que fosse ponte”. (M. A. Pina, JN, pág. 64.)
Alterações ao Código de Processo Penal comprometem, segundo os magistrados, o combate à “criminalidade violenta e altamente organizada” e à “criminalidade económico-financeira”. (DN, pág. 65.)
Em Murça, um cartaz-outdoor que responsabilizava o presidente da Câmara e o primeiro-ministro pelo encerramento da urgência foi retirado. Ordens do cacique local. (Público, pág. 7.)
Governo encaixa 50 milhões de euros com “engano na precisão da taxa de inflação para o ano passado”. (CM, manchete e pág. 22.)
Devolvo os jornais à banca, peço um café e digo-vos que, de facto, estou mais informado, mas não mais sábio. Tu também não, decerto, digníssimo leitor meu.
Nem tu nem eu sabemos como se chama o presidente da Lusoponte. Muito menos o da Câmara de Murça. Olha, tratemo-los por Single & Single.
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