Hortênsia - 108
Terça-feira, 22 de Março de 2022
Anoto
quanto posso, não me perguntando nem me respondendo por/para quê. Uma nota: Jacques
Doriot: 26.9.1898 – 2.2.1945. Outra: Gastão Belo Cidadestado Valedhive
(saber datas). A memória do Dr. Veiga e Moura recitando: “Júlio César,
homem de todas as mulheres e mulher de todos os homens.” Mais outra nota biocronológica: L.F. Céline
(27.5.1894 – 1.7.1961). Nótulas afins juncam os meus dias-depressa-décadas.
Cada uma delas presenceia o instante perdido em que julguei ganhar tempo. Como
esta ingénua, tão ingénua: Antes pessoa de bem que de bens. Sim, já fui
selenita. Hoje, propendo mais para m’ir-afonso com tais ingenuidades. Sou fâmulo
de clarões idiomáticos. Espeto espontão em relíquias vocabulares. E estudo (em
vão, bem o sei) para aguazil. Sofro por maravedis que nunca sobram, antes
soçobram apenas. Parte da mente, tenho-a lacrada por certa gafeira viciosa. Não
me vejo em acomodatício transe – não (por) agora. Também me não associo (não
mais) a foliculários. Se mereço enxovia? Já a terei merecido menos, agora que
por escrito penso nisso. (Até este texto mesmo é atrabiliário – mas não faz
mal, deixá-lo-me ser.) À brasileira, sou animal-teatino. Esplendente alvoroto
de passageiras agonias, perdão, alergias, perdão, alegrias. Tive um amigo, na
década de 80/XX, que, proficiente de mente & gordanchudo de corpanzil, fez
as minhas delícias oratórias. Pressago destino (m)o levou, em paz (de)more. Vida
acerba. Destino mais de terracota que de granito. De escassos, ínfimos, atómicos
aprestos disponho. Não me vereis sátiro. Sentir-me-eis acre, isso sim. Bravatas
& mofas? Antes estas do que aquelas. Frase-feita, quem não, afinal corteja
a morte – pela simples teima de viver? Lerdas merdas, enfim. Pessanha &
Wenceslau mirando sampanas. Conchego de (muito) relê-los – meu. Afuselados são os
metafóricos dedos do Ceifeiro-Terminante. De altos alcantis cai quem foi feliz.
Flamante donzela em cadeirinha de rotim. Ó morte, poterna, mais que prometida,
garantia. Ainda assim, enquanto respirante, relutante. E agora: posso eu dizer
de diverso modo? Posso, pois. Posso sempre. Pois:
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