© DA.
Necrogamia - 96
Algo mórbida embora, a necrogamia persiste.
Amor para lá da morte? Só em vivente o amador.
Tranquilos estão (pois já não são) os em-andor.
Prova escrita pode ficar – nada nem ninguém a mais r-existe.
Almoço - 97
Passadas já as duas da tarde, almocei com L.D.R.A., que, ex-aequo T.S.S.A., é do escol da mais formosa humanidade – vivente ora, lembrada d’outrora ou formosa-por-vir.
O Sábado é feliz-em-mim. Passo a versos:
Por cima da breve ourivesaria vilã,
moram Claro & Carolina, recém-casados.
Juntaram trapitos & ademanes molhados,
gostam-s’inda um do outro a cada manhã.
Talvez frutifiquem, ’inda não há notícia.
Por enquanto são moços, dão-se em mocidade.
Isto de viver em vila difere de em cidade,
o tempo é outro, há menos polícia.
E que outra rosa poderia eu ora partilhar às largas mãos, sei lá, digamos, tipo Isabel-de-Aragão-Rainha-&-Coimbra-&-Santa, à face de seus bélico-desavindos marido & filho? Resposta pronta: a minha rosa, nenhuma outra de nenhum-alguém.
O lento milhafre, à chuva de Sábado-Coimbra:
ei-lo voej’al’ando asas de discreta predação.
Nuvens sobre, da Conchada, o campo-santo ainda:
quantas tabuletas, tantas amnésias: vai da condição.
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