© D.A.
23.
7 PALIATIVOS
ANTI-COVID-19
+
DUAS CITAÇÕES MUITO
FIXOLAS
+
ALGUMAS NOTAS
LEXICAIS
Coimbra, quinta-feira,
2 de Abril de 2020
Em convulsão cavernária,
perdão,
em reclusão domiciliária,
ele há paliativos passíveis de
plena prática.
Partilho-os:
1.
Procurar
no YouTube a filmagem do
duelo-espadachim que, parece que no Porto ou arredores da Invicta, se
(des)feriu entre o Antero & o Ramalho por causa do cego Castilho.
2.
Encontrar
pela casa coisas felizmente perdidas há muitos anos – e, logo que encontradas,
fazer por reperdê-las assobiando o alô-zanfã-delá-pátrí-ía
(mas fazendo por cuspinhar pouco as ventas da avó).
3.
Comover-se
à hora-TV sempre que o Rodrigues Guedes de Carvalho começa a citar, emocionado,
Rodrigues Guedes de Carvalho.
4.
Antes
co’ vinho que covid.
5.
Considerar
a pandemia uma chinesice pode ser tido por judiaria própria de moirama trabalhando
como um galego preto dado a ciganices cariocas afins.
6.
Iniciar no Fuçasbuque
uma angariação de isqueiros a favor do crematório-mais-perto-de-si.
7.
Assoar-se
a lenço-de-papel perfumado, envelopá-lo, remetê-lo por entrega-expresso ao
senhorio. Fazer o mesmo ao herdeiro dele.
+
«DERRADEIRO TERCETO DO SONETO
‘DE LA BREVEDAD ENGAÑOSA DE LA
VIDA’
DE LUIS DE GÓNGORA»
‘Mal te perdonarán a ti las horas;
las horas que limando están los dias,
los dias que royendo están los años.’
(cit. pág.ª 186, Primavera Autónoma das Estradas, de Mário
Cesariny, ed. Assírio e Alvim, Lx., 1980)
+
‘Yo soy yo y mi circunstancia.’
(Ortega
y Gasset, cit. por Vitorino Nemésio in Jornal
do Observador, pág.ª 13, com data de 19-2-1971,
Ed. Verbo, 1974)
+
Sempre a lápis, os cantos destas
páginas manuscritas riscanham vocábulos, ninharias, coisas para-não-sei-quê.
Eis algumas:
Canários / Calendários canoros
Acatar / Acicatar
Rúpia (bot.) / Rupia (moeda)
Ambrósia (bot.) / Ambrosia (manjar, iguaria, néctar)
Drama / Dracma
Versão / Aversão / Diversão / Conversão / Reversão
Versa / Persa / Serva / Presa / Pressa
+
NUNCA-MAS-NUNCA-MESMO escrever ou
dizer rÚbrica.
É sempre rUbrica.
Sem
acento gráfico.
Força tónica ali naquele i.
SEMPRE.
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