35.
APAZIGUAMENTO, QUEM
DIRIA
Coimbra,
quarta-feira, 22 de Abril de 2020 (I-II)
Coimbra,
quinta-feira, 23 de Abril de 2020 (III)
I
Primavera
de 1919. Um homem chamado Wilson hospeda-se no Hotel Crillon. Não se sabe se
lhe chegou a mãos & olhar uma petição provinda de 56, Rue Monsieur le
Prince, 56 – PARIS.
Assina-a
um Nguyễn Tất Thành, ou Nguyễn Ái Quốc, rapaz de 29 anos que será conhecido em todo o mundo
por Hồ
Chí Minh. Nascido Nguyễn Sinh Cung, a pátria
tem-no por O Patriota, O Mais Iluminado.
Nenhum
deles sobreviverá a milhões de outros ainda por nascer. A morte é terraplenagem
pura. Não lhe escapa um nome, por mais pseudónimo.
II
Há
quem faça. Tem de ser antes da vitória chamada Cinza. Uns são peões – a
maioria. Uma torre para o rei, a outra para a rainha. Os bispos-guerreiros
cavalgam. Nova Primavera: 1945. Existirá ainda o hotel chamado Crillon? Será
ainda Senhor de uma Rua o Príncipe?
III
De
madrugada (quase quatro) na cozinha, tenho nas mãos
Este livro [que] foi composto
e impresso para a
PORTUGÁLIA EDITORA
na TIP. LEANDRO, LDA.
Trav. do Noronha, 28 a 30-A
LISBOA
Março de 1963
O nascimento físico dele-livro antecede
portanto de uma década exacta o nascimento físico da Mãe (1) da
Leonor.
Disponho de mais cronologia:
adquiri-o em Peniche a 26 de Junho de 1987 (2); li-o pela primeira vez de um fôlego mas sem notação
de data; pela segunda vez, na madrugada de 16 de Abril de 2004 (3);
pela terceira, na próxima madrugada (4).
(1) Uma
sexta-feira.
(2) Sexta-feira
também.
(3) Sexta-feira
ainda.
(4) Sexta-feira
ainda e também.
Desse
livro:
“A
imensa inutilidade de tudo apazigua-me.”
H.
Helder, Treze e Sessenta Graus, in OS PASSOS EM VOLTA (1959-1962, ed.
1963, Lx., Portugália).
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