Souto, manhã de 22 de Novembro de 2008
Fada pobre de esconsos bosques petrificados,
teu voo de chita irmana o da seda.
Definitiva criança morta de sede à beira-mágoa,
risco de neve no pátio de carvão.
Corredora de décadas, pomba vencível, luz
dos olhos de algum futuro filho.
Em casa, o pai alcoólico, a mãe alcoolizada,
as aves carniceiras no beiral, os carros pretos
em baixo, as mulheres das compras, um magro
cão, três ou quatro cavalheiros de fato e chapéu
e soqueiras.
O futuro era isto, minha menina.
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