Em obra na Figueira da Foz, 27 de Outubro de 2008
Casa, Souto, noite de sábado, 1 de Novembro de 2008
É o império das sombras, a casa onde mora o homem que pensa na terra do Norte, lá onde os animais emitem vapor e os lagos pensam devagar na eternidade.
Rondam fantasmas de mulheres na horta-jardim, ao frio, perto da janela sinalizada pelas velas, dentro, onde o homem se norteia em vão.
Há um quadro na parede, uma fotografia de anos menos melancoólicos, mais eternos: dá para as costas do homem sentado no Norte do pensamento.
A chuva não chegou a vir. A tarde apagou-se sozinha como um cigarro esquecido, na cozinha a lenha crepita peixes e pimentos, um pinheiro acena de longe.
Os livros esperam em caixas de papelão. Há um frio subindo pelas pernas, dirigido ao coração, onde outras árvores guincham nortadas. Pássaros diferentes sublinham a negro o Grande Espelho.
Carros de madeira gemem no terreno além-fronteira: chega às vidraças a tosse dos animais de tiro, a silhueta arqueológica do condutor sentida pelos fantasmas de mulheres.
O chá arrefeceu na louça branca, uma das velas chega ao antefim, um livro quer ensiná-lo a partir, o homem fica. Quando a Primavera chegar, a casa terá partido sem ele para o Norte.
Rondam fantasmas de mulheres na horta-jardim, ao frio, perto da janela sinalizada pelas velas, dentro, onde o homem se norteia em vão.
Há um quadro na parede, uma fotografia de anos menos melancoólicos, mais eternos: dá para as costas do homem sentado no Norte do pensamento.
A chuva não chegou a vir. A tarde apagou-se sozinha como um cigarro esquecido, na cozinha a lenha crepita peixes e pimentos, um pinheiro acena de longe.
Os livros esperam em caixas de papelão. Há um frio subindo pelas pernas, dirigido ao coração, onde outras árvores guincham nortadas. Pássaros diferentes sublinham a negro o Grande Espelho.
Carros de madeira gemem no terreno além-fronteira: chega às vidraças a tosse dos animais de tiro, a silhueta arqueológica do condutor sentida pelos fantasmas de mulheres.
O chá arrefeceu na louça branca, uma das velas chega ao antefim, um livro quer ensiná-lo a partir, o homem fica. Quando a Primavera chegar, a casa terá partido sem ele para o Norte.
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