© DA.
Fora & dentro - 75
A gula dos tv-papagaios em fedor de guerra iminente.
A desinformação-circo tornada norma-baba.
Ror de facínoras alteados ao poder de nações irreparáveis.
Petróleo & religião, lixo & religião, banca & religião. E religião.
Da tragicomédia-taliban à tragifarsa russo-ucraniana.
A vária África incapaz de se governar a si mesma.
O vespeiro-asiático assolando em praga a plaga alheia.
E no Portugalinho o me(r)diatismo farsola-ranho.
As notas duplamente estrofadas supra decorrem de certa curta pausa que fiz à hora prandial. Estava o televisor sintonizado no telenoticiário. De que estação? Venha o demo & escolha. Segue-se todavia a tarde.
Ei-la pois, digo, a tarde: trastejá-la-ei ainda de novos vocabulares aranzéis? Bem talvez. Será para muitos margoso, alagadiço fundo terreno – não assim para mim, que piscina é, marnel não.
Sulcou-me o sono passado todo um cinema vivaço. Gente que reconheço de outros carnavais fez-se-me presente em grande aparato. Elementos do corrente quotidiano (meu, naturalmente) viram-se mesclados a/de subterrâneas constâncias (minhas & alheias). Não me incomodou, propriamente não. Prefiro (sempre) não saber que sonhei. Prefiro acordar, ao menos ilusoriamente, limpo de quimeras – sobretudo das mais fabulosas.
O dia é por enquanto aqui dentro.
Fora daqui, sujeitos são constituídos arguidos.
Acontece muito, ao que consta dos falatórios.
(Se for grave, então há sofrimento em marcha.)
Cuidado com qualquer assomo estigmatizante.
Cuidado, sim: arguido não é o mesmo que culpado.
Mas aqui dentro vigora outra legislatura.
E a solidão dela é regimental, por assim dizer.
Identidade & residência, velhos labirintos.
Em duas horas, posso arruar-me um pouco.
Adentrando o fora, aforar-me-ei o âmago.
Não muito tempo, que nunca é muito, ora o sei.
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