CAUSA D’EFEITO PURA
Coimbra, terça-feira, 12 de Abril de 2011
Ele aproxima-se pelo lado esquerdo, senta-se, toma em mãos o jornal, pede café, lê, bebe. Usa o corpo dentro de fina cambraia azul, ao tronco, e ganga verde nas pernas. Emoldurou os pés de couro italiano de S. João da Madeira picotado, meias azuis. Cabelo em cascata posterior e castanha. Óculos leves de lentes puras, sem aros, nuas, limpas.
Ela quer suco de abacaxi, jaqueta vermelha a representa, saia negra, sapatos negro-encarnados. Boca engelhada de idade, ainda porém bonita.
Muito deploraria eu a minha vida, caso me não fosse possível deferir a certificação literária de pessoas que tais. Mortal, não raro ominoso, o destino linguístico que cumpro não atende procrastinações, pelo que todos os dias me volvo voz escrita. Para quê? Porquê? Para quem? Por quem? Quase irrelevante. Sigo.
Sem comentários:
Enviar um comentário