14/12/2021

PARNADA IDEMUNO - 848 (fragmento)


 

848

(...)

    Da minha geração, as pessoas de limítrofe nascimento podem ainda ressabiar – e até saber – quão quero dizer. Das smart-gentes-phones-novas, nada digo. Vejo-as em o meu autocarro zombieando nuvens-drives que USAmericanos deram de cu-aberto aos Chineses. Morreu o Tó-Zé de Trouxemil, afiança-mo o Diário de Coimbra. É estranho. O meu Pai também veio no Diário de Coimbra – mas não por ser exímio pintor-hagiográfico, não, foi por ter morrido. A minha Mãe também veio – e pela mesma curial (ar)rematação necrológica.
    Da minha geração, o mor do pessoal tem lareira, netos impertinentes, gatos ineducáveis & uma apetência de morrer fundamentada na enésima reaudição do Dark Side of the Moon. Sou o único da minha geração, todavia, a fumar este cigarro em efeméride da morte física, a 18.XI.2021.d.C. pretérito, de António Osório.
    Era filho de Mãe Italiana. O Pai? Nosso. A Mãe? Italiana. Leio muito o Filho. Por assim dizer, faço de Evangelista: prefiro o Filho a um Pai que desconheço. E que me abandona, como todos acabam fazendo: ou por terem vivido, ou morrido, ou nascido p’ra nunca mais.

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Canzoada Assaltante