13. MAS À DEMANDA, ANDO
Coimbra, sábado, 12 de Junho de 2010
Feira Medieval nas imediações da Sé Velha. Dentro da Sé, agora (09h10) para escutar, na missa, o coro sacro. Pareço estar dentro do livro de Pedro Dias, que aliás tenho nos joelhos em pleno capítulo dedicado à Sé Velha. Desci pelo Largo da Feira (Sé Nova) e pela antiga Rua das Covas (hoje Borges Carneiro, onde há placa na casa n.º 56: “Aqui viveu António Monteiro (Calmeirão) Célebre Mandador das Fogueiras Coimbra, 9 de Dezembro de 1978 Os Salatinas”), passei rente à casa onde nasci (antigo Instituto Maternal, depois Conservatório Regional de Música).
Fora da santa missa, está montada a feira. Há um porco pendurado e cortado em metades de boa simetria. Há lume aceso no chão. Tendas de couros, cornos de soprar em trompa, tavernas várias, bolos, legumes, flores (algumas enlaçadas em coroa para botar na cabeça), vestimentas. Acho que aquele ali é o Mário da Costa, da Viv’Arte, salvo erro, que entrevistei para os jornais O Aveiro e O Eco de Pombal. (Esqueci-me de trazer moedas, falta-me uma chávena de café). Ainda não vi o Ca’litos & Os Gambuzinos. Muita gente vestida à época. Uma louraça potente, mas à século XXI, sobe as escadas da Sé e entra pela nave central. Mesmo que repetidos um pouco por toda a parte, estes certames são sempre curiosos. O Tempo nunca pára, mas pode ser reproduzido sem ofensa. Passa o Quinzinho Marques da Pedrulha, direito vai ele à missa. Passa um frade de burel castanho, corda à barriga e sandálias – mui apropriadamente gordo. Gosto dos fumos que sobem dos lumes. Um figurante muito parecida com aquele actor que faz de mauzão no Robocop, engraçado. Púcaros de barro na Taverna de Santa Bebiana, mesmo ao pé da casa em que viveu o Zeca Afonso quando estudante. (Falta-me um café). Bons torsos de porco no espeto, do lado direito de quem sai da Sé. Um dos carniceiros, a rigor trajado, atende o telemóvel. Polícia, bombeiros e pronto-socorro destoam no ambiente, também. Perfume: assa-se sardinha. Maltosa do haxixe e da cannabis sentada no chão com copos plásticos de cerveja. Cabeças abarretadas, um que outro casal estrangeiro, conimbricenses & coimbrinhas, máquinas fotográficas e videocâmaras, chouriços, pães grandes, fim da missa, debandada.
Ajuntamento de figurantes nas escadarias da Sé para inauguração proclamada da feira e bênção dos feirantes:
Atenção, ricos-homens, gente da gleba e arraia-miúda…
Outro figurante-sósia, este de Hugh Laurie (o Dr. House). E vinda embora, sem ver o Ca’litos. No geral, interessante e pitoresco. Pronto.
1 comentário:
adoro seguir as tuas demandas.
abraço.
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