Más
escolhas. Por “más escolhas”, Hermínio resume a sua situação no mundo. Não é
hipócrita, quanto ao que tal concerne. Dorme comatosamente no quarto da Rua da
Figueira da Foz, talvez o mesmo em que outrora seu paterAvô etc. Poucas viandas
aboca. Em perspectiva (ou: em prolepse), a morte sozinha ao sol de uma praça
desertada. Nada que o intimide, note-se bem. Uma ventania forte, dificuldade
náutica das gaivotas arrastadas. Homens procedendo a más escolhas. Mulheres
emulando-os. Todavia, continuidade da maravilha idiomática – a Portuguesa,
claro, naturalmente. Apagamento. Translucidez. Algum telefonema. (Quiçá, até,
algum poema.)
Meu excelente
Delfim:
Por espécie
de insensata ironia, sofro há dias de uma inflamação na zona genital, esse
delta que não uso há tantos anos. Já nem uso as pernas em posição-escriba.
Espero que a coisa se resolva por si mesma, como o esquecimento mais benigno
faz à lembrança mais enervada. Envelhecendo, o corpo rebela-se. Rebela-se &
revela-se – digamo-lo assim. Nos entrementes de tal incómodo, tenho, meu bom
Delfim, vivido dias que supuram tristuras inconsúteis: ou sem outro nó que o
dito cego. Reajo vivendo à contrariedade de estar vivo.
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