© DA.
Sou da
legendária inanidade de amores sem probação, só provação
Digo: Pedro
& Inez, Isabel & Diniz, eu & certas gajas
Conheci um
rapaz de Vila Franca de Xira que se heroinava
Era pai de
uma filha, perdeu dela o fanal
Foi há dezassete
anos que o conheci, mais não sei
Moral-da-história:
mais não sabemos
(...)
Citando o
cantor ultravoxeano: This means nothing to me
Se me
dissessem – Senta-te & anda
Quero eu
dizer: Escreve & escrevive & escrebebe
Não tenho
puto feito outra coisa na puta-da-vida
Já não devo
ir a tempo: são as 12h28m da quinta-14-do-4
Penso serem
equilibrados estes versos, tremida embora a caligrafia
Trabalho,
como yourcenariano Adriano, na pacificação de meu império
Nada me falta
que se me haja prometido: dinheiro, amantes etc.
Invejo a presciência
proustiana da morte própria-mesma
(Mas não sem antes acabar o Livro)
Vela-me porém
ainda a vida respiratória
O mais triste
é deitar-me sem boa-noite a quem desejar
Um corpo ao
lado, um elefante deitado, a r(um)o(ro)sa presença de alheia respiração
Nada que
ofenda os costumes, antes ser como os demais
Ter uma
mulher, uma horta, outro tipo de quintas-feiras
Pôr os
sefarditas a trabalhar na construção de bibliotecas laicas
Obrigar os
sarracenos a tratar as mulheres como gente
Submeter os
mórmones à leitura-crítica de estudos-camonianos
E pôr os
budistas a trocar a escudela pela pintura na construção-civil
Os meus
projectos passam todos pelo euromilhões
Nenhum outro
milagre tipo pão-rosas me satisfaria
Dormirei um
pouco ante a noite feita dia
(E sim, tenho
tido & sofrido al várias infecções).
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