Antes cavalo nos
relinche, que asno nos Ulrich
A revista Forbes
ulrichou recentemente a filha do presidente vitalício de Angola como primeira
mulher afrobilionária. E isto dá-se, vergonhosamente, ao mesmo tempo que a
UNICEF, sempre boazinha como o padre Melícias e a senhora Maria Barroso desde o
susto da avionet’UNITA do filho na Jamba,
se propõe outra vez pedinchar por aí umas migalhas de milhões de dólares “para” (mas é mentira, como tudo o que
faz esta espécie de gente) as crianças subnutridas da malograda Angola. O que
eu digo à UNICEF é que os vá pedir à Isabelinha. De volta. Que os milhões, um
dia, devem desmilhõenar-se de volta a quem os criou.
Belinha por Belocas, acontece portugalmente à custa dos
carneiros que Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich (pois, Ulrich) foi re-ulrichada por Cavaco a 9
de Março de 2011 como “consultora” da Casa Civil da Presidência da República.
Já o era desde 2006. Ena de carreira! No Diário
da República, a profissão da senhora é “funcionária do PSD”. É demasiada
profissão, digo eu, para merecer DR. Porra.
Ou chiça.
Franquelim, ali da Linhaceira, Tomar, foi agora ulrichado
secretário de Estado do Empreendorismo por essa có(s)mica evidência de Nada (ou
Nata) chamada Álvaro. Vem, o Franquelim, da SLN, esse esgoto por onde se escoou
em alegre im(p)unidade a cenosa cloaca chamada BPN. Se o pastel de nata é cake-cream, o cream compensa.
Ou então vou eu descalço sobre silva(s) de Tavira a
Valença.
A 3 último do corrente, no Público, Jorge A. Fernandes citava um economista espanhol chamado
Molina. E, parafraseando o bom e saudoso Dinis Machado, o que diz Molina? Diz
esta admirável e contundente verdade: “A
classe política é uma elite assente num sistema de captura de rendas que
permite, sem criar nova riqueza, desviar rendas da maioria da população.”.
Contundente. Sim. Mas. Inútil.
Inútil – porque tudo demonstra que o que se diz à classe
política não entra por um ouvido para sair pelo outro. Porquê? Porque o som não
se propaga no vácuo.
O problema é a vida ser agora.
O problema é aquele verso de Jorge Fazenda Lourenço: “(…) que nada ter depois é pior que não ter
nada.”.
O problema é termos mais carneiros por metro quadrado do
que a Nova Zelândia.
O problema é termos deixado que nos ulrichassem o 25 de
Abril.
O problema é sermos precisos dez milhões de sem-abrigo
para sustentar um único Ulrich.
O problema é que o que ontem era República hoje ser
Reprivada.
Quando deixaremos nós de ser um estábulo manso de
carneiros da Nova Zelândia a que qualquer besta de pasto vem acertar as horas
de pulso-Rolex? A que horas é que o pastor dos carneiros vem, sustentado pela
ordenha do Estado, conferir-BPI a hora da ração?
A que horas acertaremos enfim a hora da razão?
Ou, alvalademente falando, quando é que seremos dez
milhões de sportinguistas a correr com o Godinho que não querem o Coelho de
ninguém?
Eu sei o que diz Molina. Mas esse é espanhol. Estou mais
para adulterar um provérbio asiático, fácil de perceber até para o resto dos
dez milhões de carneiros que não são asiáticos mas vivem entre Tavira e Valença.
Assim:
Se vires um pobre, não lhe dês peixe algum; dá-lhe o Ulrich e ensina-o, ao pobre, a amanhar.
Se vires um pobre, não lhe dês peixe algum; dá-lhe o Ulrich e ensina-o, ao pobre, a amanhar.
O Ulrich.
5 comentários:
Li e achei sublime. Mas no fundo, eles mamam à tripa forra e nós registamos a indignação.
É o que dizes - e sem tirar nem pôr, grande Manel. Infelizmente, tens toda a razão.
sinto-me um cão a ver passar a caravana... fabuloso/tu
Isso és tua a mentires-me, amigo John'enriques'marques.
eu não tinha lido. Como é que eu não tinha lido? Um beijo, e outro e outro.
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