18/02/2013

Um soneto de 2012, ainda



D(O)URA-TE – soneto luminotécnico

Leiria, 28/XII/2012, sexta-feira

Doura-te, manhã, à luz lenta.
Sê infantil ’té que te mate o meio-dia.
A vida pode não ser a que se queria,
mas doura-te, manhã, à luz, tenta

que cada dia renascer seja a vez prima,
que à morte é de mais símile o adormecer.
De baixo sobem águas árvores a cima,
tudo é azul e verde e branco sem perecer.

Somos, manhã, teus c(r)éus discípulos.
Apreciamos teu quase-frio em versículos.
Andamos ti adentro dessedentando

o corpo da secura da vil espera.
Uma manhã destas, é primavera:
assim te vá o inverno, gentil, dourando.

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Canzoada Assaltante