D(O)URA-TE – soneto luminotécnico
Leiria, 28/XII/2012, sexta-feira
Doura-te,
manhã, à luz lenta.
Sê
infantil ’té que te mate o meio-dia.
A
vida pode não ser a que se queria,
mas
doura-te, manhã, à luz, tenta
que
cada dia renascer seja a vez prima,
que
à morte é de mais símile o adormecer.
De
baixo sobem águas árvores a cima,
tudo
é azul e verde e branco sem perecer.
Somos,
manhã, teus c(r)éus discípulos.
Apreciamos
teu quase-frio em versículos.
Andamos
ti adentro dessedentando
o
corpo da secura da vil espera.
Uma
manhã destas, é primavera:
assim
te vá o inverno, gentil, dourando.
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