Imagem obtida com telemóvel: Sala às escuras com televisor ligado (em negativo)
O corpo conta-me coisas (lances) plenas (os) de mínimos nadas que procuram um sentido, no sentido duplo de rumo e significado. Escuto-as com a tranquilidade possível:
Um homem à pesca do alto da falésia lobrigando o ardor (o milhão de espelhos, o milhão de rubis dourados) do mar;
Um ser envelhecido pedindo cigarros a pares d’enamorados nos jardins púb(l)icos;
A mulher que, perfumada de cânfora, ânfora passa em corpo por áleas oleiras;
A rapariga chamada Raquel digitando nervos púberes numa coisa parecida com um transístor;
Desfazendo-se nas folhas de mármore, até os nomes morrem (as datas, não);
A estridência oftalmológica dos metais ao sol;
Pessoas no chão raso vistas da varanda muito alta: formigas que uma formiga olha;
A Festa de Marrazes;
A Feira de Maio (desolado e poeirento, em Julho, o terrado dela):
A página manu-210-scri(p)ta deste caderno.
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