Na Loja Pérola aqui do Atrium, compro uma cenoura, um par de cebolas, uma garrafa de tinto barato. Derivo pelas galerias breves entre senhoras caladas que, como eu, projectam últimas-ceias no estertor da jornada. E hoje até trabalhei – mas não tanto assim que assim fatigado se me distenda o corpo afinal não semicentenário ainda. Cansa-me a tosse, assoar-me também me cansa. No televisor, um palhaço gordo e sem graça farfalha gargalhadas de banha (felizmente inaudíveis, que a bênção do Atrium é não dar à corda do som dos receptores suspensos do tecto). Na cozinha do Quarto-Casa, repetirei os gestos de factor de caldos vegetais. E serei um homem.
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