08/04/2010

Vol(vi)ver



Souto, Casa, manhã de 8 de Abril de 2010



Na manhã entre algures março e maio
manhã clara e alta como um vidro lavado
levo a vida numa das mãos decerto a esquerda
na outra a terminal irmã dela a dextra morte.


Posso agora tudo pois tudo é finalmente agora
agora as linhas telefónicas falando pássaros
o perfume feminil das laranjeiras ao vento
agora a vida e a morte e esquerda-direita
volver.

3 comentários:

Joaquim Jorge Carvalho disse...

Acho que os 40 anos nos trazem a lucidez (linda e dolorosa) de ver "tudo finalmente agora". Mas também tenho descoberto que alguns de nós já têm 40 anos, no coração e nos olhos, logo na primeira infância ou na adolescência.
Às vezes, uma criança é tomada por distraída e não é senão uma temporã árvore de tristeza. (Hei-de tentar dizer isto de maneira mais clara.)
Obrigado pela poesia, Daniel!
JJC

Daniel Abrunheiro disse...

Não, filho do Zé Bate-Chapas, obrigado sou eu a ti e a ele.

Daniel Abrunheiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

Canzoada Assaltante