20/06/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 11 (integral)

© August Sander


(Brinde a Delfim, ontem aniversariante, à conta de 59 anos de nascido, Abril também então:)

 

Três camponeses vão ao baile na vila. São moços todos, nem vinte anos perfez cada um. Já um século decorreu entre a água que são & a ponte do meu dia, que sábado é também.

Três senhoras septuagenárias do século XXI charlam tranquilamente em a esplanada que me acolhe durante a nevoeirenta matina. Escuto-as querendo, qual elas, ser & estar tranquilo. Mas.

E então, meu bom Delfim, temo finalmente. Perspectivam-se-me dias antiprimaveris. Bato à porta de uma velhice improvável, desconheço se perfarei sequer os sessenta. (Mas afinal não, não temo – talvez, pelo contrário, deseje.)

 

Tenho tão-só reconhecido o folclore exterior da morte

Fundem-se-me já rostos por esta irmanados

Centenários alguns, outros de recém-aquisição

Mas é entre vivos que vivo ainda, por boa ou má sorte.

 

Ando de momento escapando por a escrita à vida

Ler, também leio, horas sobrevivendo eólicas

Fez-se hoje desde cedo nevoeiro denso

Não foi desagradável, quieto, ir de corrida.

 

Piores são os turnos nocturnos em tálamo deserto

Sonho situações avinagradas em rodízio

Vozes mudas como silhuetas de gatos à janela

Sinto-me sitiado, suo muito, é aflito que desperto.

 

Alimento pombas quando nem pão me sobra

Mas em espírito ceio nos melhores parisienses

Ostras & champanhe & caviar são meus pertences

Tal o são alguns versos da minha suposta obra.

 

Derivo por uma Londres de miniatura Coimbra chamada

Desde 1111 o faço mas sem notório alarde

É provável que a vida se me venha volvendo tarde

Mas em Sr. James’s Street namorisco uma criada.

 

Já jacentes de mais vi em cera corruptível

(Sabes, Delfim, o cheiro a água-murchas de flores-idem?)

Da família Morais – cinco ao todo – resta ninguém

E eu perco-me pensando por/para quê, como é possível?

 

Atenção: eu já antes namorara criadas roliças

Dessas que gemem no foder, langorosas & quebradiças

Sim, dessas cujos sovacos emanam fedor de hortaliças

E cujas honrosas conas embainham muitas piças.

 

Tirante estas minúcias vis & imponderosas

Lembranças tenho ainda cheirando a rosas

Sonho muito, desidrato-me, desejo águas-minerais

Sonho com a Alice muito morta daquela família Morais.

 

Na Rua da Figueira da Foz, onde ora nocturno a ossatura

Pombas há na ruína em frente à janela que me esclarece

Atiro-lhes arroz & migalhas, congrego-as em sínodo

Tasquinham em conclave, são toda uma literatura.

 

Espúria é a quietude aparente da hora, afinal assassina

Em eu adentro da família recordações

Logo me despenho em mal flictos trambolhões

Homem-senhora-criança-seja-menino-ou-menina.

 

Há em cada pessoa um circo o mais decadente

Ferrugentos leões, reumáticos elefantes, palhaços sem graça

Isto em cada pessoa é tão-só o ir-se aguentando gente

Até vir o amola-tesouras, ele apitar – e tudo (se) passa.

 

Genoveva queixa-se (com razão) de seu mesmo coração

(Não o metafórico-amoroso, mas o físico, o bomba-sangue)

Dá-se ela de si ofegante, tremente, carente, exangue

Não Vos garanto que Genoveva logre chegar ao Verão.

 

Sempre divertida todavia Isabel, a mui bonita

Dá palha a seu asno & e milho a sua pita

É ela quem lava de joelhos a capelita

Noivo algum a requereu, sendo isto verdade escrita.

 

Amo sem consequência oportunidades dissipadas

Digo: auroras de pronto fresco, fêmeas devidamente devoradas

Horas sob latadas, cenáculos sem doutores

E gargalhadas atiradas a senhoras, meus senhores.

 

Manuel, o Sapateiro, sagaz como uma sã criança

João, o Tabelião, de húmidos olhos ridentes

Fernando, o Fármaco, de dentes escuros, doentes

& Adriano, o Ricalhaço, que de bagaço se não cansa.

 

Engraço, meu bom Delfim, com o escaparem-se-me verdades

Em versos cujo tecido não particularmente (me) fiei

Trata-se por certo de o inconsciente dando-se liberdades

De que afinal me livro, em livro sem norma ou lei.

 

Exaurida já a matina, supresso já o nevoeiro

Andorinhas negrejam já seu ébrio voo em o azul

& eu aponto o verso à beleza por que anseio

Escrevendo à janota, à idiota, à taful.

 

A baile vilão no sábado vão três camponeses

Solteiros, mui moços, enfarpelados a preto

Talvez um ’inda dia eu lhes faça um soneto

Pode tal estar por segundos ou vidas ou meses.



 

16/06/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 10 (derradeiras 274 palavras)

© DA.


Sou da legendária inanidade de amores sem probação, só provação

Digo: Pedro & Inez, Isabel & Diniz, eu & certas gajas

Conheci um rapaz de Vila Franca de Xira que se heroinava

Era pai de uma filha, perdeu dela o fanal

Foi há dezassete anos que o conheci, mais não sei

Moral-da-história: mais não sabemos

(...)

Citando o cantor ultravoxeano: This means nothing to me

Se me dissessem – Senta-te & anda

Quero eu dizer: Escreve & escrevive & escrebebe

Não tenho puto feito outra coisa na puta-da-vida

Já não devo ir a tempo: são as 12h28m da quinta-14-do-4

Penso serem equilibrados estes versos, tremida embora a caligrafia

Trabalho, como yourcenariano Adriano, na pacificação de meu império

Nada me falta que se me haja prometido: dinheiro, amantes etc.

Invejo a presciência proustiana da morte própria-mesma

(Mas não sem antes acabar o Livro)

Vela-me porém ainda a vida respiratória

O mais triste é deitar-me sem boa-noite a quem desejar

Um corpo ao lado, um elefante deitado, a r(um)o(ro)sa presença de alheia respiração

Nada que ofenda os costumes, antes ser como os demais

Ter uma mulher, uma horta, outro tipo de quintas-feiras

Pôr os sefarditas a trabalhar na construção de bibliotecas laicas

Obrigar os sarracenos a tratar as mulheres como gente

Submeter os mórmones à leitura-crítica de estudos-camonianos

E pôr os budistas a trocar a escudela pela pintura na construção-civil

Os meus projectos passam todos pelo euromilhões

Nenhum outro milagre tipo pão-rosas me satisfaria

Dormirei um pouco ante a noite feita dia

(E sim, tenho tido & sofrido al várias infecções).

 


 

15/06/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 10 (mais 471 palavras)

© DA.




O cláxon do peixeiro-ambulante atordoa a quietude

Hei-de dormir outras eternidades de virar-de-esquina

Ser comensal de latas-conserveiras em palustres solidões

Escrevo-te em verso hoje, Delfim, tão-só porque-sim

Já não incendeio a palha de mulheres, não desperto já chamas

Tive há muito a minha parte de ígnea carnação

Não adiro à nova terminologia gramatical, rejeito-a

Vi ontem no autocarro um rapaz de brincos nos orelhames

Tive pena dele como pena tenho dos tatuados

Nasci no século XIX, moro num quarto da de Fora de Portas

Ando desiderando a morte, não hei que negá-lo

Comovem-me as alminhas veladas votivamente

Comovem-me as putas sexagenárias que o euromilhões escarnece

Sou uma delas, os meus versos não logram o século

Andam de mim arredios os fregueses, talvez eu cheire mal

E no entanto quão mais fácil seria escutar em lugar de dizer

Quão mais fácil a rosa apreciada à hora do chá

À hora do chá rente a senhora de equilibrada contabilidade

Chamava-se Estrela Tiago de Velha-Celas, era caduca

Eu bom-diava-a mui cedo, nem as oito eram dadas

Ela fenecia à janela como esses gerânios que não chegam a voar

Duas décadas volvidas, nenhuma já de tais vidas

O menino deveria ter estudado um pouco mais, sido sensato

Ter tido um gato, um currículo, algum saber hidráulico

Nem áulico, ático, arúspice ou coisa que o visse grego

Sossego, isso sim, sossego, sob a latada tomando limonada

Esperando a volta do Pai, que maduramente é solar

Tranquilizando a Mãe, dizendo-lhe que tudo bem

Delfim de Delfina, Daniel de Hermínia

Heteronímias afinal fáceis & no final fósseis

Grisalhas oliveiras centenárias: amo-as azeitemente

Cedros medrados à Van Gogh: amo-os labaredamente

Andorinham-se já os derradeiros minutos da matina

(Surdem já as 11h30m, não produzi muito nem muito bem)

Penso em Mário Botas, Cristovam Pavia, Manuel Cintra, Amadeo

& nesse pobre Nobre que francês algum conhece ou leu

(Coitados dos franceses!: tanta coisa, mas foi no Mónaco que o Ferré nasceu)

Tenho um Irmão doentíssimo, há dois anos espero o telefonema

Não serei eu a telefonar, ainda nem o meio-dia se deu

Não tenho vizinhos mas apenas gente que mora demasiado perto

Não sou Rilke nem por sete anos morarei em castelo emprestado

Acho natural que as pessoas não bebam ou respirem perto do empestado

Tal rejeição define-as mais bem do que facebookianas autobeatificações

Génio é vocábulo que se declina em ditongo decrescente

Se eu mandasse, mandaria a tudo & todos para a olaria

Digo: a olaria das Caldas da Rainha, a de fálica idolatria

Morreram-me o Chico Morais, o Fernando Pratas, o Tó também Pratas, o Caniço

Morreu-me a Maria da Luz, cujos olhos me miram ainda, sem luz embora

“Como vai a moenga?”, pergunta Raul.

“Cá se vai desandando”, anúi Joaquim.

Tudo isto parece ser coevo da eternidade de Mick Jagger, e.g.

Ou da do porreiraço Ringo Starr, esfuziantemente próspero



 

14/06/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 10 (primeiras 448 palavras)

© DA.


Hermínio arrola ante Delfim:

 

Insensata boniteza da matina aprilina

Frescura da luz dando nas ervas rociadas

Mulher jovem de cabelo negro como vinhas esquecidas

A menina que seu pai leva de viagem intercontinental

O pai de Hermínio debulhando um fruto um fruto na montanha

Na praia, Hermínio com a mulher que se desesperou

Quinta-feira, 14 de Abril, o futuro afinal só isto

Portugueses da primeira década do XX: obscuramente

O senhor Miguel, descascador de batatas no Café Lobito

Ele mesmo, nascido a 5 de Outubro de 1910 (uma quarta-feira)

Era para nós infantes o “Senhor República”

Morreu há muitos anos, nem nós somos os infantes d’antes

Um rapaz de Portalegre (Olivério Cadete), caiador de muros

Se se ama por egoísmo, é uma chatice, nunca resulta

Ana Delenos, radiosa, aurífera, inexpugnável

Talhante de carcaças, Benedito a amou sem retorno

Estas coisas acontecem milénios agora sem curação

Estorninhos pissitam a preto-e-branco adentro Hermínio

Louva & lava & leva seus mortos sem cessação de contrato

Delfim, meu excelso Delfim, talvez um dia alguma coisa

Talvez um dia alguma coisa sossegue, cessando-o, este rol

O anho pascal viveu pouco como nós cristãos afinal

Com cinquenta moedas de ouro, uma pessoa aguenta-se horas

Horas a fio & de pé ante o tráfego intenso de pequenos-nadas

É de pundonor falar pouco de suicidas, a coisa pode pegar-se

Antero, Camilo, Sá-Carneiro, também à sua maneira Pessoa

This means nothing to me, canta o Midge Ure dos Ultravox

Outros rapazes é que a levam direita, são gostos, nada que dizer

A caixeira de farmácia deglute seu galão-torrada-pouca-manteiga

Sei bem, Delfim, que também em pastelarias te sonetas todo

Pena é tão-só que queiras tanto à vida, essa infiel

Restolham melros no baldio ainda não tomado pelo pato-bravo

Cães hieroglifam a mijo monumentos de alheios deuses

Em vez de louvar a meu ídolo, iconoclasto o teu

A onicofagia tem sido a minha mor autofagia

As unhas todavia recrescem, obstinam-se em alcançar o céu

A reminiscência-platónica & o cálculo-renal?

Pois muito bem, têm ambos direito-à-vida

Às dez & 23 de quinta-feira, 14 de Abril, estou vivo & malsão

Recordo por vício consuetudinário, digamo-lo assim, Delfim

Capciosa, caprichosa, fulgura rubramente a ruiva rosa

A Mãe de Hermínio não é já senão par-de-datas

Dois dos filhos dela são adubo já da dita rosa

Hermínio ama os estendais de camisas crucificadas

De cordames pendurados pela Mãe lavadas

O paterAvô de Hermínio teve quarto onde tem quarto Hermínio

Mais anos-em-vivo tem porém o neto do que seu Pai-de-Pai

Três desaparecidos-em-incerto-combate, afinal tão-só

Era em Novembro, quando ainda chovia

Passava eu na Biblioteca Municipal o melhor de meu dia

Estudava Agatha Christie, hermenêutica & geografia

Tudo lá vai, já pouco estudo, duro a quinta-feira

 

13/06/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 9

© DA.


Excelente Delfim:

 

Vai já quase meão o corrente Abril. Aniversariar-te-ás depois-de-amanhã, tudo correndo em norma. Eu vivi um dia-hoje talvez felizmente apagado – até a sesta cabeceei, ajudado por uma pastilha fármaca decamiligramática. A noite já mostra as unhas. Lendo antes da obscuridade, entretive-me com um jantar de final de colheitas em certo Setembro dos primórdios do século passado, mais ou menos a dez anos do nascimento de meu Pai. Por assim dizer, viajei. De resto, tive uma contrariedade pecuniária mais: não me pagaram os sonetos de Março. Confio que me os paguem amanhã? Não, desconfio. Recorrerei esta noite a bolachas salgadas & a uma lata de cavalas. Tenho provisões no quarto do meu Avô. Não gasto lá vinho, só água, chá & leite. Levanto-me cedíssimo (antes das sete), recolho-me o mais tarde possível – mas no limite da não-perturbação de meus co-inquilinos de gaiola. A isto transigi a minha situação. Não me louvo nem me vitupero. Morrer à fome – parece-me mal. Morrer à sede – intolerável. Viver entre uma & outra coisas – brincadeira perigosa, mesmo que alguns sonetos me saiam medíocres. Mas olha, Delfim caro:

 

Em hotéis-de-quatro-estrelas dormi acordadamente senhoras

que, sonetos não praticando mas fruindo, me desideraram jacente.

Era eu então de diversas colheitas de versos-lavouras.

E era bem mais moço, ’inda o ser-vivo não m’era estar-doente.

 

Antes que se me anoitecesse cada manhã, nem sei já, ganhava o dia.

Voltarei talvez a ganhá-lo, não há toalha a chão atirada.

É certo que tudo (se) passa, tudo resultando coisa passada.

Mas em hotéis-tetra-estelares, senhoras gaivotas de alva-maresia.

 

Idas são, que voltam não. De outros benquistas, proveito lhes faça.

Eu sou daquela espécie intensa, que mal pensa & mal passa.

Mas pode que amanhã me paguem, de Março, os sonetos.

 

Recolhem-se as aves já, é caduca a luz, tudo normalidade.

A Cidade suspira, prenhe de fome como de saciedade.

Enigma é os vivos nem mortos serem secretos.

 

Os anos passam – mas algumas noites-fases não. Duram estas uma eternidade que obsta à aurora. Alguma crise renal-urinária, ou uma consecução precária de elementos heterobiográficos, ou uma sábia e fundamentada descrença nos gestos da grei nossa circunstante: ou coisa assim-afim. Envelhece-se, meu Delfim, sem que sequer a morte-durante-o-sono nos garanta doçura, esvaziamento, largada sem amarras rumo a portos que não há de ilhas por haver.

 


 

09/06/2022

H. EM BUSCA DELFIM - 7 & 8 (10/12.4.2022)

© Edward Hopper




A autoridade da tristeza tem-me imposto algumas sevícias, cuja gravidade hei que combater de frente. Há risco suicidário por estes dias tão precários. Trato amanhã de burocracias algo dúbias – mas que evitar não posso. Por enquanto, tenho de suportar o insuportável: chama-se Domingo.

O pai de Hermínio nasceu no hoje de há precisamente cento e cinco anos. Muita fruta. Muita água sob muita ponte. Dissipa-se dele a figura, à imagem & semelhança da de seu Pai, o condutor municipal de eléctricos com quarto na Rua de Fora de Portas, hoje da Figueira da Foz. Já o nome é película transparente. Hermínio pensa nesses dois mortos. A tarde, já encetada, é de uma claridade rútila. Milhafres espairecem perfeitas silhuetas de cabides altíssimos. Dois irmãos caboverdeanos bebem cervejas à sombra. Tudo luminosamente triste.

A hora pesa. Casais, idênticos como se fabricados-em-série, cafeínam-se, fumam em silêncio, existem em ordem. Quase tudo encerrado. Talvez o Silva, ali à Rua das Rãs, esteja de porta aberta. Não há estropiado nem deserdado desta Cidade que não vá ao Silva, que a cada um acolhe como este mereça por seus porte & comportamento.

Isto é o deserto. Se desertada, a existência volve-se intolerável. Hermínio tem luta pela frente. Dúvida nenhuma quanto a tal. Muita solidão por aí campeia. Anónima toda ela, como é timbre da pobreza. Figuras que se abaixam para catar pontas de cigarro mais do que rechupadas. Prostituição de mais que módico preçário. Exemplo: broches a cinco euros, por esses vãos de vielas apodrecidas há mil anos. Hermínio não mente a Delfim.

 

Hermínio não mente a Delfim:

 

O porvir sabe-me demasiado a um anteontem de há-cem-anos.

Só o larvar esquecimento nos democratiza-fraterniza a todos.

Eu até já passei cheques-visados, créditos a rodos.

Nascer animaliza-nos. Morrer nos (de)volve humanos.

 

É precário dar o vapor do cozido-à-portuguesa a uma geração subditada ao kebab, ao hambúrguer, à pizza, ao sushi, à margarina imitadora da vaca farta. Também não é em quinze-dias que vais ali apertar o pescoço ao teu próprio alcoolismo de quase quatro décadas. Sou todavia-toda-a-vi(d)a Hermínio & não minto a Delfim quando lhe reitero:

 

                         É frio em plena canícula o quarto de meu paterAvô.

Um catre, quatro gavetas de cabeceira, uma mesa e uma cadeira.

O fechador avariado da janela-poente, entram insectos.

A rara chuva encerra este cubículo, esta litroatura. 


 

Canzoada Assaltante