Sinto distintamente as migrações das minhas aves verbais, que me tocam, feirantes, de um algodão-de-açúcar. Isto tinha de ser assim – digo-me-vo-lo.
Uma senhora de amarelo-poente-laranja, as ancas de rabecão oitocentista, os pés embalados em estojo de creme macrobiótico. Um cavalheiro careca como um pêssego denuncia três décadas e meia de França-Bidonville ao tomar-se pernod.
Gatos e aranhas: sujas, as lentes dos óculos, as quais, ao contrário das minhas finanças, são progressivas.
(Austral, meridional, presa fácil do setentrião psíquico, coloro ainda os desenhos vazios a lápis-de-cor marca Viarco.)
Epifanias e renúncias: minha história.
Na montanha, ante o mar vertical da penedia, a mesma entrega que ante o mar.
Togo, Samoa, Canadá e Marrazes: instâncias e distâncias: que o verbo português aproxima em recri-cre-ação.
Brancas, as sandálias salt’alteadas desta feminil estatura: ao balcão, debicando de sub-lábio o café-creme em chávena fervida. Adeja mariposamente as estampas dos braços. É de érea morenidão, axilas firmes e bom pescoço. Forma no ar em torno uma esquadrilha de abelhas. Toco-vo-la aqui, rabequista.
(Breves e repetidos coices de pus no coração: a memória é infecciosa.)
(Leituras de Teixeira de Vasconcelos e de Tomaz de Figueiredo: Portugal outra-hora-ainda-agora.)
Descanso ora um pouco.
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