1. O CÃO PRESO ENLOUQUECE ENTRE HORTÊNSIAS
O cão preso enlouquece entre hortênsias.
Oliveiras como estampidos de cinza, casebres vãos de madeira que desprende o tempo das pessoas dos casebres.
Aldeia universal.
Rosas de papel-de-lustre tinem moscardos, em jardins pobres e morais, onde a nossa vida é o que foi.
Certas vezes a natureza parece exortar a nossa vida, a nossa vida parece ter sentido, entre hortênsias, perto as oliveiras, enlouquecidas à calma.
A abóbada é de nuvens de aldeia.
Não é rica a capela.
O cão é rico, tem água e comida, mas é pobre como as rosas.
Cão tão pobre, a nossa vida.
A nossa vida universal-de-lustre, tão moscarda.
O nosso pensamento tão abóbado.
Nuvem de oliveiras calmas, capelãs, vivas.
Aqui não outros, meu senhor.
Aqui só estamos um.
Por vezes é noite de manhã.
Como ver o regresso crepuscular dos animais em fadiga.
As ovelhas que passam às rosas.
O pó que cerca os casebres pessoais.
As vias como veias abertas.
A nossa vida certas vezes.
Chapas de alumínio estanhando o ar.
Telhais envernizados de sol.
Fragrância que as ovelhas deixam, o cão.
Casais de um branco que a noite aumenta.
A presença das vozes como gente.
A gente como um vento de vozes.
A aldeia com voz de oliveiras.
A calma aluminiando o pensamento.
Rosas e ovelhas e humanos e o cão em simultânea aldeia de pensar.
A prisão aberta como as vias, as veias.
O universo é a mais local coisa.
Quando chove, quando um pensa.
Se as oliveiras pensam o universo em rosa.
Meu senhor, a aldeia é-nos por aqui.
Não se sabe porquê a terra, as nuvens por terra.
Escreve branco a capela pobríssima.
As ovelhas, as mãos das ovelhas escrevendo vento, vendo, vindo ovelhas velhas, vivas.
A nossa abóbada tão sol, certas vezes.
Chapas de verniz em a calma, meu senhor.
Sou todos os outros em os casebres fechados todos, dentro, preso.
Regresso ao pó pessoal, branco.
A voz de uma hortênsia por todas.
A vida aberta dentro, só dentro.
O que passa, quem não passa.
Olhos e mãos, mais animais em nuvem-de-lustre.
Uma fadiga atenta, crepuscular, uma só por todos, meu senhor.
A natureza das coisas da natureza das vias, certas manhãs à calma.
Noites de alumínio, o verniz lunar dando em película e prata, oliveiras a perder de vista.
Aldeia que é, em lustre, tão presença, longe.
Passagem pensativa, ao pó.
Passagem pensativa a pó.
Cão de verniz pensando hortênsias.
Por vezes é rosa, por manhã é vozes.
Um dos outros como nós um.
Abre e cerca, as nuvens da capela, dentro, em abóbada.
A vida da aldeia, o cão universal, a privada ovelha e
a rosa vermelha.
Granja e Pombal, manhã e tarde de 18 de Junho de 2009
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