L'Inconnue du Seine
Viseu, manhã de domingo, 15 de Junho de 2008
Viseu, manhã de domingo, 15 de Junho de 2008
Muitas das nossas mulheres foram já homens
agora nem tanto.
Pauline Parker e a mãe ajudaram Juliet Hulme
a volver-se Anne Perry.
E Perry ajudou Anne
a volver-se mórmon.
A Desconhecida do Sena ajudou milhares de raparigas
a ser mortas-vivas, dizem que até a Garbo foi na onda.
Muitas das nossas mulheres também são santas dos últimos dias
os nossos dias
naturalmente os nossos
os dias delas são sempre mais primeiros.
Muitas das nossas mulheres trabalham em Wall Street
que é a eira onde se desfolha o milho das guerras todas.
Algumas trabalham de manhã em Wall Street
à tarde fazem uma perninha na CNN
e à noite abrem as duas depois do lançamento de mais um
livro de versos pré-comprado por uma câmara municipal
das nossas.
Eu gosto muito de mulheres
sobretudo das dos outros
digo os outros
quero dizer os que “fazem” versos
os que adoram pessoa adoram sophia
adoram torga adoram eugénio
adoram tudo
o que lhes não passe pela cabeça
pelo coração muito menos.
Uma das nossas mulheres é vereadora do lixo
dos bairros sociociganos e das creches.
Duas das nossas mulheres trabalham no témarché
para serem modelos continentais com o pingo doce
do costume.
Três das nossas mulheres aspiram ao futuro enquanto aspiram
as fezes escondidas dos gatos pela casa quase toda.
Quatro das nossas mulheres já leram Anne Perry mas não
sabem daquilo da Juliet.
Uma, duas, três, quatro.
A Desconhecida do Sena é que não esteve com cenas
e desconheceu-se logo que pôde.
A cultura é uma coisa muito bonita sobretudo
para a termos fechada em casa junto com
as nossas mulheres as fezes das nossas mulheres
os nossos gatos as fezes dos nossos gatos.
Pouco importa que sejamos nós
as fezes das nossas mulheres.
Até porque muitos de nós já fomos mulheres
tanto que nem agora.
agora nem tanto.
Pauline Parker e a mãe ajudaram Juliet Hulme
a volver-se Anne Perry.
E Perry ajudou Anne
a volver-se mórmon.
A Desconhecida do Sena ajudou milhares de raparigas
a ser mortas-vivas, dizem que até a Garbo foi na onda.
Muitas das nossas mulheres também são santas dos últimos dias
os nossos dias
naturalmente os nossos
os dias delas são sempre mais primeiros.
Muitas das nossas mulheres trabalham em Wall Street
que é a eira onde se desfolha o milho das guerras todas.
Algumas trabalham de manhã em Wall Street
à tarde fazem uma perninha na CNN
e à noite abrem as duas depois do lançamento de mais um
livro de versos pré-comprado por uma câmara municipal
das nossas.
Eu gosto muito de mulheres
sobretudo das dos outros
digo os outros
quero dizer os que “fazem” versos
os que adoram pessoa adoram sophia
adoram torga adoram eugénio
adoram tudo
o que lhes não passe pela cabeça
pelo coração muito menos.
Uma das nossas mulheres é vereadora do lixo
dos bairros sociociganos e das creches.
Duas das nossas mulheres trabalham no témarché
para serem modelos continentais com o pingo doce
do costume.
Três das nossas mulheres aspiram ao futuro enquanto aspiram
as fezes escondidas dos gatos pela casa quase toda.
Quatro das nossas mulheres já leram Anne Perry mas não
sabem daquilo da Juliet.
Uma, duas, três, quatro.
A Desconhecida do Sena é que não esteve com cenas
e desconheceu-se logo que pôde.
A cultura é uma coisa muito bonita sobretudo
para a termos fechada em casa junto com
as nossas mulheres as fezes das nossas mulheres
os nossos gatos as fezes dos nossos gatos.
Pouco importa que sejamos nós
as fezes das nossas mulheres.
Até porque muitos de nós já fomos mulheres
tanto que nem agora.
As peras entram aqui.
2 comentários:
este parágrafo sobre a cultura devi ir imediatamente para um documento legal e abrir todos os noticiários da noite! um abraço.
abraço, camarada alice.
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