15/06/2008

De Q. M.



Viseu, manhã de domingo, 15 de Junho de 2008

Foto: © Weegee


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De qualquer modo também não me vou atravessar à frente
do comboio. Não pode ser de um modo qualquer.
A disenteria não justifica tudo, por mais ulcerada que me
ande a mucosa versalhista. Nem a disgenesia: há quem se dê
a versos, quem só na versalhes se vê.
Versa-lhes assim, dê por onde dê.

Há tanta gente igualzinha a mim, clones de circo
mas do lado certo sempre do tal comboio, lá dentro
apertadinhos uns contra os outros, todos contra sempre
uns e os outros.

A poesia é como a pessoa: ou é séria
ou é a brincar – em nenhum caso é
de confiança.
– Isto me diz um delicioso cavalheiro judicioso
que desbaratou em fiats centivintessetes
a colecção completa da vampiro até março de 1972
que o pai lhe deixou como viático para o futuro
doméstico do costume.

Não digo isto a brincar,
mas nem por isto me sai séria
a poesia.

De qualquer modo.

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Canzoada Assaltante