07/07/2007

Rosário Breve 7 - PPPPortugal

Há uns anos já largos, aproveitei uma ideia do meu amigo Joaquim Jorge Carvalho (sim, o marido da Maria da Paz, exacto, o pai da Vaninha) e escrevinhei uma coisa tão aliterante quão maluca: um crónica condenada a palavras começadas por pê. Publiquei-a n' O Eco. Adaptei-a agora a O Ribatejo. Saiu ontem, 6 de Julho de 2007.





PPPPortugal

Passam por Portugal políticos possuídos pela profunda predestinação peregrina prescrita pelos próprios poderes. Poucos praticam, porém, planos políticos plenamente populares. Preferem passear pelas populações prègando promessas, pedindo palmas, pagando púcaros, pisando pó por perímetros populares, pulando “pasodobles” pimbas, pregando petas pouco polidas.
Presentemente, Portugal passa por pacóvio período. Peço paciência para poder provocar pensamento: poderá Portugal precaver-se perante poderosas panelinhas pantafaçudas? Pândegas, patuscadas, panfletos, pandeiros, passeios: por perfeita portugalidade, Portugal prefere parecer pequenino, perfeitinho, pimpolhinho. Poderia projectar (por plenário popular) palavras potentes, precisas, poéticas. Prefere, porém, pedestais. Pode parecer pouco, pois pode.
Penso poder precisar perfeitamente, ponto por ponto, patentes promulgações. Portugal precisa parar para pensar, para perceber, para proliferar prometedoramente. Posteriormente, procuraria pedalada para, presciente, poder presenciar prezáveis porvires.
Pedi-vos paciência para portugalizar, por palavras portuguesíssimas (perdão pelos “pasodobles”…), pesados pensamentos pensados por puro prazer provocatório. Pedir perdão passa, porém, por perdidas portas. Pela presente, passarei por profano. Pessoalmente, prefiro passar por próprio pé. Porquê? Porque passarei pouco possuído, pouco profundo, pouco predestinado, pouco político.

3 comentários:

LM,paris disse...

rosnando rapadas raspas rétoricas roucas rolando rrrrrrrr rusticos rosados raios ruivos ricos reis raras reliquias rubis rochas refùgios rolinhas ronron
ralos rios recheios rafinés rombas roncos raios reco roucando rafeiros
raros risos rurais remendos reles restos rubros!
OUF!Nunca mais chegava a nada...
o Perec , o George, escreveu um romance sem a palavra E...mas o seu dos PPP funciona, percebi tudo, antes nao fosse assim!
Manha de todos os dias, bonjour.
LM, paris e chuva, RRRRRRRRRRR!
Merci pour la rose d'hier, està a abrir, desmaiada.

Manuel da Mata disse...

Bom exercício. Deve fazer melhor do que a prática de ioga. Um dia destes vou imitar-te. Talvez com a letra f.De fado, fadistas, falhados, fascínoras, etc. Depois se verá.
Um abraço,
Manuel

Paula Raposo disse...

Soberbo!!!!!!!!!!

Canzoada Assaltante