25/05/2006

Meia Pálpebra

Duas intensas sessões de trabalho (reportagem de manhã, estúdio depois de almoço) não impediram, antes propiciaram, o usufruto do descanso ao sol das três da tarde.
O sol acontecia largo, abundante e total como o ar, sendo a causa mais forte da realidade. Ao perto como ao longe, o mundo parecia inocente como um bebé descomunal.
Bocejei ao pé de um tufo de flores amarelas. Abelhas trabalhavam nelas. Um cão castanho, de cabeçorra derretida de sono, sustinha a custo meia pálpebra. Passou no horário a camioneta de carreira. Aos pés, a raspa de cinza das palavras usadas até ao momento. Não exerci o poder da recordação: a província é o presente perpétuo.
Agora, espero que arrefeça, que a Nação progrida e que as abelhas tenham boa sorte, que faz sempre jeito.




Caramulo, tarde de 25 de Maio de 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto, sim, isto és tu, ou, se não gostares muito, sou eu, está bem?

Daniel Abrunheiro disse...

comvinado, amigalhaço. aperta-me lá esses ossos.

Canzoada Assaltante