A mulher trabalhadora compreende o alastrar dos prédios por vender.
Ela pensa o lugar das coisas que as mãos movem, não as mãos.
Onde ficam as crianças até determinada hora, a hora do sol-pôr.
A mulher trabalhadora angaria segundas-feiras autênticas.
Acontece, serem as mãos da mulher trabalhadora a pensar por ela.
Tanto pode ser nas costas nuas do homem como na louça lavada.
Quando se permite uma hora na praia, os pés dela pensam sozinhos.
A mulher trabalhadora nem sequer gosta de domingos.
Domingos são os dias em que os homens querem assemelhar-se-lhes.
Isso nunca pode resultar bem por causa da sociedade.
A sociedade tem sido sempre avessa à mulher trabalhadora.
A mulher trabalhadora não pode exercer o sacerdócio.
É por causa da virgindade vitalícia do trabalho dela.
As coisas não existem, portanto ela põe-nas todas a existir.
Por causa disso, só os homens podem ser padres:
por causa dos domingos e das igrejas,
esses prédios todos por vender
à imagem e semelhança das praias
ao domingo.
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