Nome (para o) colectivo
Estamos reféns de uma corja de bandalhos. Tenho outras maneiras de dizer o mesmo. Seguem-se elas. Já.
Somos um alfeire sequestrado por uma quadrilha. Vivemos como récua por conta de uma vara. Rebanho que teimamos em ser, trepa-nos pelas canelas uma ninhada ignóbil. Sabeis de que tropa vos falo, claro. De que malta. De que chusma. De que bando. De que choldra. De que ádua. De que matilha. De que ninhada. Claro que sabeis.
Mas sabeis também que aqueles de que vos falo, esmifrando-nos embora os bens, não lograrão nunca extirpar-nos a condição de pessoas de bem. Podem secar-nos o pão, interditar-nos o trabalho, molestar-nos a saúde, injustiçar-nos os direitos, analfabetizar-nos os filhos, corromperem-nos as famílias, emporcalhar-nos as ruas, evacuar-nos as aldeias, atoleimar-nos de bola, senhoradefátimar-nos as mentes, casamentogayzar-nos de pósmodernidades balofas, redbullzar-nos de avionetas para tolos pasmados de corneta no ar, tonycarreirar-nos até que zumbamos, relinchemos, zurremos, chasqueemos, pissitemos, cuculemos, grasnemos, cacarejemos, cucuriquemos, ronquemos, grugulejemos e regouguemos. Poder, podem. E vão continuar a poder enquanto permitirmos que possam. Só que há duas coisas: eles vão continuar bandalhos. E nós vamos continuar alfeire, que é o nome colectivo dos porcos de engorda.
E se isto não é grunhir com razão, não sei o que o seja.