Olhos não ligados à corrente da mente.
O que vêem fora, não transporta no tempo.
O que vêem dentro, ouve mais que vê.
Um cão magro na estrada cruzando.
Um cão magro na cabeça cruzando.
Pequenos truques usa a alegria.
Chamam-se miríades, os truques.
Estrelas no manto do mágico, sim, mas
o leão é magro como um cão, não
o deixam nunca cruzar a estrada, a
savana.
Música da savana na cabeça crestada.
Espingardas dentro, suicidária, colonial
cabeça.
Gnus riscados como versos feios,
necessários, populacionais.
Capim desenhado em torno da visão.
Sombras permanentes como tinta.
Homens escalados ao sol: seus
poros borbulhando suor e postais.
Tantas mulheres resignadas.
Tantas leoas conformes.
A indiferença rotativa de lá de cima cá
dentro: astros e lances, estrelas,
papéis de rebuçados cujo fabricante faliu.
Depois os homens vestidos de azul
carregando para longe a maquinaria das fábricas.
As fábricas desmanteladas como cubos de letras -
ou papéis de rebuçados.
O mágico que dava rebuçados no natal
das fábricas.
A cabeça - uma esfera na música.
As notas escritas,
uma a uma,
nos olhos dos leões.
Caramulo, noite de 15 de Dezembro de 2006
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