06/12/2006

ABBB

ao meu Amigo Manuel Barata,
pai que é, marido que vai sendo
e poeta que continuará a ser



À porta do talho talha o talhante sua mesma cabeça
Dentro em refrigério vermelheja a carne decepada
Somam estas belezas minha vida contada
O tudo que é pouco e muito e nada

Chega-se o inverno transitam os cães
Transidos de frio pianos de pêlo
Se se nasce homem remédio é sê-lo
Chega-se o inverno já corta de gelo

Nas litografias há correntes d’ar
Gemem os artelhos dos oficiais
Adeus meu amor adeus nunca mais
Gripes podem ser enlaces fatais

O padre da minha aldeia bebia de mais
Cumpri’ a função muit’ oficiava
De dia morava na casa em que estava
À noite não estava de Deus desandava

Hoj’ é outra coisa à porta do talho
Cabritos regalam seus olhos mortiços
Que ele há fiambre presunto chouriços
Três entre si rimam muito chegadiços.



Caramulo, noite de 6 de Dezembro de 2006

1 comentário:

Manuel da Mata disse...

"Se se nasce homem remédio é sê-lo". É por isso que o padre da tua aldeia, à noite, desanda()va de Deus.
Fiquei a gostar desse padre. Que crudes beberia ele?
Um abraço, Manuel

Canzoada Assaltante