07/12/2006

É

Ao fim de um dia ao cabo de uma vida
Dizemos coisas não pensadas bem ditas
Coisas súmulas situações panificadas
Pelo ganho nosso de cada dia

É nosso crédito a mancha de tinta ao longe
A desolação dos choupos borrados de água
Uma linha de comboios que já nem fumam
A volta a casa do casal que mantém a horta

Ovelhas e operários tornam mansos ao frio
Queimam lixo nos pátios de trás as costureiras
É tão sossegado o desespero ainda senhor
Senhor de suas ovelhas seus operários

Ao fim e ao cabo não é


Caramulo, madrugada de 7 de Dezembro de 2006

1 comentário:

Maria Carvalho disse...

Como já uma vez disse, ler-te é um exercício mental, para mim. Mas um prazer, sem dúvida. Ao fim e ao cabo é isso. Beijos.

Canzoada Assaltante