de lhes andarem as musas por hipermercados
enquanto eles se desunham lapijando
ânsias e tesões.
Eles aos versos
elas aos tostões.
Eles ao soneto
elas ao knorr.
Mas no fim
juntos jantam.
Nem uns
nem outras
adiantam.
Nótula: este poema, que fiz agorinha mesmo, não vale uma badana de cu. I know. I knorr. Mas tinha de fazê-lo. Passei uma boa porção da manhã e idem outra da tarde a ler um bom poeta mais sua muito boa poesia: falo de Emanuel Félix (n. 1936, Angra do Heroísmo, Ilha Terceira). Lendo-o, cansou-me o contraponto lembrado de tantos e tão maus poetas.Os maus poetas distinguem-se logo por uma coisa imediata: são todos campeões morais. Nunca beberam nada. Nunca foderam sem ser por amor. Nunca casaram por dinheiro. Nunca tiveram um piano que não soubessem tocar. E nunca foram à puta que os pariu antes que os mandasse eu. Pois mando agora. Tirando a puta, em caso de coincidência.
Caramulo, agorinha, tarde de 8 de Junho de 2006
5 comentários:
Nunca deixei de te ler, escondido atrás deste Juda, eu para ti nunca fui um judas... nunca! deixo-te um abraço...
Vês? Vês? E foste logo buscar o emanuel Félix que conheci em 1985 em Ponta Delgada e que é smiplesmente ums dos mais maravilhosos poetas que alguma vez li. e tu vais buscá-lo. És tão... credo. sabes que mais? só por causa disso, já gosto outra vez muito do coiso... do... Ah, si, do Raul Indipúuuuo.
Melhor a emenda que o soneto, amigo
Beijos mil
Ilda
Buenos Aires
11/10/2006- 1 dia depois de Portugal
Belo!
Desconcertante, como deve ser toda a poesia.
É incontestável que as musas estão no hipermercado.
Também não tenho dúvidas que a métrica delas está nos tostões.
E nem tenho um baixo conceito da prostituição, sobretudo se for convincente.
Estamos muito mal dispostos...
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