Que madureza é, minha senhora, esta?
Quão sossego pode assim sossegar?
Natura e lavoura consumam-se festa?
Nada disso sei, só sei obliterar.
Só sei acudir sem choro nem riso
na boca, nos olhos, na fronte convexa
àqueles momentos em que só preciso
da suave palavra que não tem V. Exa.
Tantos anos disto. Tant'outros virão
talvez ressentir a palavra dada.
Às vezes, manhã. Às vezes, verão.
Em Junho um punho de água esmurrada.
Folclores, ciclismos; suores, abismos;
e cestos de fruta à mesa do rei.
Madura a fruta, ele há naturismos
despidos, senhora, à face da lei.
Hei-de não amar-te. Não t'ele amará.
Eu'screvo na loja, cadeira a um canto.
Gent'entra, sai gente e mais gente virá.
Lavor da natura: está escrito? Está.
Caramulo, tarde de 13 de Junho de 2006
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