Os azulejos daquela casa azul onde não vive alguém
O cão solitário que mira as laranjas para ele cinzentas
As vivendas-cogumelos a que acorrem as famílias-musgos
A robustez leitosa da moçoila que freme dedos de farinheira ao lavar de adeuses a janela
A tinta-da-china do pinheiro manso no papel-de-seda da respiração
As notas do piano dentro da cabeça para mais ninguém
O fumo do cigarro em repouso subindo a prumo perfeito antes de enlouquecer
Os automóveis em fila na noite como carneiros heterónimos
O caos arrumadinho da existência em stock
(Para consulta integral do stock, virar tapeçaria do avesso.)
Tondela, Padaria-Pastelaria Rosicar 2, noite de 9 de Dezembro de 2005
8 comentários:
bom.
Qual "bom" qual carapuça?!... Alguém que leia "O cão solitário que mira as laranjas para ele cinzentas" ou "A robustez leitosa da moçoila que freme dedos de farinheira ao lavar de adeuses a janela" ou "O fumo do cigarro em repouso subindo a prumo perfeito antes de enlouquecer" e acha que é bom pode ser muita coisa, mas agora "bom" é que não é nem está. Da cabeça. "Lavar de adeuses" "bom", péssquiéparfuóme.
Tenham cuidado que este gajo é das caldas agora, mas na verdade era da figueira em pequeno e passava a vida a cuspir nas traineiras a ver selas safundavam de mau quelera.
Tinha eu uns 12 anitos, fui com o meu amigo Zé tentar andar numa traineira. Íamos nós já longe quando um patrão de costa - era mais patrão de costas - que me perguntou se podia apalpar-me o rabo, enquanto eu lhe conduzia o barco num alto mar infantil. Como eu lhe disse que não - não devia estar na onda dele - o homem disse-nos que já não voltávamos para terra nesse dia. Inda hoje, quando vou à Foz do Arelho ver de onde vem o mar, sempre que percebo uma traineira ao longe, penso que lá dentro com medo que me apalpem a nalga. De mau... Voltámos naquele dia, pois, mas nunca mais voltámos.
Tinha eu uns doze anitos, fui com o meu amigo Zé tentar andar numa traineira. Íamos nós já longe quando um patrão de costa - era mais patrão de costas - que me perguntou se podia apalpar-me o rabo, enquanto eu lhe conduzia o barco num mar alto. Como eu lhe disse que não - não devia estar na onda dele - o homem disse-nos que já não voltávamos para terra nesse dia.
Inda hoje, quando vou à Foz do Arelho ver de onde vem o mar, sempre que percebo uma traineira ao longe, penso que lá dentro vou eu com medo que me apalpem a nalga. Voltámos naquele dia, pois voltámos, mas nunca mais voltámos.
É bom e mainada! Ou queres levar nas trombas?
trombas? Eu sei nem faço que te o te apanho se rua na. boca arrebento-te céu o da ainda nem tu sonhas que o com te rifa saiu na. Isso é que é... troco até porra me todo... ;)
O que vale é que eu não tenho céu da boca.
Só inferno...
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