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Endechas talvez bárbaras (mas escravas não) - 111
(primeiras dez)
É de porte altivo
Fantasma que sonho
Pesar redivivo
Altivo & medonho
Não uso esperança
Não gasto crendices
Não é minha usança
Da fé palermices
Da tinta mais pura
É aquela ave
Parece pintura
De meu Pai suave
Cinzas ao nascer
Todos somos só pó
Vento nos vai raer
Q’o mal nunca vai só
Acre desespero
Ou terna bondade
Creio mas não quero
Crer (isto é verdade)
Lê o chão c’o bico
A arvéola esbelta
Já a tarde alta
Da luz flava é eco
Flavescente hora
De era obscura
Vem & vai-se embora
Sem mais ter procura
Diz-me, Idalina
Que te disse João
Pois esse rapagão
Demanda menina
Rimas dicionárias
Lexicões vetustos
São templos augustos
De épocas várias
Muito nos falamos
Pouco nos dizemos
Pobreza aguentamos
Ricos parecemos
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