© DA.
Vínculos, ainda – 119
Domingo. Já Ausenda da Costa Alves (1935-2022) dormiu em terra a primeira de todas as noites derradeiras. Lá estive, lá revi rostos em progressiva desconstrução: a minha gente, a minha geração. Estive com seus três filhos remanescentes: aves de quebradas asas. Revisitei as campas de meus Pais & Irmão. Cirandei em apurado silêncio por entre mármores que já não gritam. Ainda vínculos me enleiam a um tempo-espaço (aquele chamado Pedrulha do Campo) que me não rejeita ou espera. Vi edificações – novas a meus olhos, pois que o meu natural exílio me tornou desconhecidas tais construções. Vi portas devolutas tresandando ao irretornável despejo dos mortos que além-elas foram vivos quando eu infante, primeiro, púbere depois, adulto para nada, finalmente.
Domingo. No ex-Lusa Nova, outros rostos de demorado reconhecimento. Alguns deles raspadinhando lotarias-instantâneas. Outros, atafulhando-se de farináceos, galões, laranjadas, martinis. É a glória possível da manhã possível.
Exaurida a matina já, entra em cena a eternitarde dominical. Ao cúmulo de anos vividos (que já muitos me parecem, não sem razão), as tardes de domingo sempre se me apresentaram – ou eu me apresentei a elas – de teor desértico, maninho: e até de certa letalidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário