21.
SOLTURAS, POR ASSIM
DIZER
Coimbra, outros dias
do mesmo Março de 2020
Notas
soltas em páginas incertamente numeradas, algumas por aqui hei.
Por
exemplo: 5-5-69 – Celas Velha.
Outra:
Fialho de A., in Três Cadáveres,
in O País das Uvas: “Entre as doenças do cerebelo, o amor é a que mais depressa
se cura.”
Outras:
Luiz Pacheco, Exercícios de Estilo
50 (O Teodolito): “nossa ainda a
pureza antiga”;
47: “o caso não é estarmos mortos
ou vivos, é sabê-lo com garantias e quanto mais depressa se sabe melhor”;
37 (A Velha Casa): “Um grãozito de
pureza e calma.”
33: “e, devagar, com uma atenção
imperativa, começou a ler títulos, lombadas, a procurar autores que sabia que
estavam ali, vivendo no que tinham dito outrora e vivendo porque era lidos
ainda agora”.
Desconheço
a que me (a)veio a seguinte nótula:
Prosa escorre frescura, crepita
serenidade – de autor a bem avindo & havido com a vida (…)
Outra:
“mau é quem enjeita o donde é
dado” – Vitorino Nemésio, Viagens ao Pé da Porta, p. 140.
Luiz
Pacheco volta a atacar, op. cit., p.
55:
“Vamos criando distâncias pela
vida fora, vamos morrendo uns para os outros. E também vamos morrendo dentro de
nós.”
A
15-3-2020, anoto para posterior uso: A
passarada vivaldiana (plátanos).
A
18-3-2020, estoutras: prosa porosa +
matrimónio: ela, mais substantiva; ele, mais adjectivo; sogro, mais adverbial;
sogra, mais adversativa.
Mais:
Crisântemos mortuários de
Novembro;
Exp(l)i(c)ação;
Des(en)graçado.
Mais
uma citação:
“A simplicidade é o maior encanto
das bonitas e a melhor desculpa das feias.” (…) frase atribuída a um santo a
propósito da beleza feminina (…)” – na crónica UMA ÉGUA IBERA, Viseu, 15 de
Junho de 1973, in AO SABOR DOS VENTOS…, p. 10 (1977), de Maria Luísa Saldanha.
Mais
notas para uso em caso de qualquer coisa:
OPUS do verbo opor / OPUS latim
‘obra’;
Privar: privacidade / privação
(provação).
Para
verso:
Faz-se o que se pode / Paz ao que
se fode
Outra
citação daquele livro da senhora Maria Luísa Saldanha, desta vez constante da CRÓNICA PRIMAVERIL, op. cit., p. 57:
“Dantes era a época normal de as
galinhas saírem a passear a sua prole, mais ou menos numerosa conforme a sorte,
a que nem sempre as condições atmosféricas eram indiferentes. Sim, que uma
trovoada podia comprometer toda a ninha e usava-se até colocar no ninheiro uma
chave de ferro.”
Nota
com sabor a adágio popular:
“Ardem os montes, secam as
fontes.”
Nota
auto-sugerida:
Relojoeiro reformado que não sabe
o que fazer às horas
(Cf. R. Brandão, Memórias II, 189)
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