24/04/2020

VinteVinte - 21






21.

SOLTURAS, POR ASSIM DIZER

Coimbra, outros dias do mesmo Março de 2020



Notas soltas em páginas incertamente numeradas, algumas por aqui hei.
Por exemplo: 5-5-69 – Celas Velha.

Outra:
Fialho de A., in Três Cadáveres, in O País das Uvas: “Entre as doenças do cerebelo, o amor é a que mais depressa se cura.”

Outras:
Luiz Pacheco, Exercícios de Estilo
50 (O Teodolito): “nossa ainda a pureza antiga”;
47: “o caso não é estarmos mortos ou vivos, é sabê-lo com garantias e quanto mais depressa se sabe melhor”;
37 (A Velha Casa): “Um grãozito de pureza e calma.”
33: “e, devagar, com uma atenção imperativa, começou a ler títulos, lombadas, a procurar autores que sabia que estavam ali, vivendo no que tinham dito outrora e vivendo porque era lidos ainda agora”.

Desconheço a que me (a)veio a seguinte nótula:
Prosa escorre frescura, crepita serenidade – de autor a bem avindo & havido com a vida (…)

Outra:
“mau é quem enjeita o donde é dado” – Vitorino Nemésio, Viagens ao Pé da Porta, p. 140.

Luiz Pacheco volta a atacar, op. cit., p. 55:
“Vamos criando distâncias pela vida fora, vamos morrendo uns para os outros. E também vamos morrendo dentro de nós.”

A 15-3-2020, anoto para posterior uso: A passarada vivaldiana (plátanos).
A 18-3-2020, estoutras: prosa porosa + matrimónio: ela, mais substantiva; ele, mais adjectivo; sogro, mais adverbial; sogra, mais adversativa.

Mais:
Crisântemos mortuários de Novembro;
Exp(l)i(c)ação;
Des(en)graçado.

Mais uma citação:
“A simplicidade é o maior encanto das bonitas e a melhor desculpa das feias.” (…) frase atribuída a um santo a propósito da beleza feminina (…)” – na crónica UMA ÉGUA IBERA, Viseu, 15 de Junho de 1973, in AO SABOR DOS VENTOS…, p. 10 (1977), de Maria Luísa Saldanha.

Mais notas para uso em caso de qualquer coisa:
OPUS do verbo opor / OPUS latim ‘obra’;
Privar: privacidade / privação (provação).

Para verso:
Faz-se o que se pode / Paz ao que se fode

Outra citação daquele livro da senhora Maria Luísa Saldanha, desta vez constante da CRÓNICA PRIMAVERIL, op. cit., p. 57:
“Dantes era a época normal de as galinhas saírem a passear a sua prole, mais ou menos numerosa conforme a sorte, a que nem sempre as condições atmosféricas eram indiferentes. Sim, que uma trovoada podia comprometer toda a ninha e usava-se até colocar no ninheiro uma chave de ferro.”

Nota com sabor a adágio popular:
“Ardem os montes, secam as fontes.”

Nota auto-sugerida:
Relojoeiro reformado que não sabe o que fazer às horas
(Cf. R. Brandão, Memórias II, 189)

Sem comentários:

Canzoada Assaltante