OITAVA COM PARDAIS
+ OUTRAS QUE TAIS
Amo
consoladamente os pardais
que
o chão lêem com a boca tão esperta.
Abicam
& abocam sais minerais
que
a Natura dá de porta aberta.
Semelham
eles átomos externos
orbitando
exposta realidade.
Vigoram,
duros, os duros invernos
e
o Abril lhes consagra liberdade.
Co’
António Rosinha comi figos
que
ele trouxe generoso à minha mesa.
Ele
é dos meus mais antigos amigos,
esses
da lusa infância concerteza.
Agora
estou a sós, qual hibernando.
(Assim
tenho estado p’la vida adulta.)
Látego,
a bátega fustigando
segue
a Natura humana inculta.
Bravia,
a pedra não aproveitada
expõe
da terra os ossos fracturados.
E
a rasteira fauna, remolhada,
exerce
a profissão dos apeados.
Na
estação-de-serviço, a carneirada
(compro)mete
(a) gasóleo (o futuro).
P’ra
ela, o pardal só vale nada,
coitada
gente própria de monturo.
Janeiro,
Inverno & Rosas já florescem,
dadivando
beleza infinita.
E
dos pólos os frios recrudescem
congelando
a sopa na marmita.
Velhotas
açoitadas pelo vento
formigam
tropegamente pela rua.
Crianças?
Já as não há, o q’ lamento.
(E
a quem alguma tiver lhe chame sua.)
Café Capa Negra II,
Urbanização do Loreto,
Coimbra,
11h19m de Terça-Feira, 9 de Janeiro de 2018
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