Meninas, vinho
verde & holandeses esquisitos
Na
semana passada, croniquei neste espaço de maneira sentimentalona e ateia. Já
depois de ter enviado o texto para a paginação, ainda me ocorreu a
possibilidade de vir a ser queimado em efígie pelos fundamentalistas do
catolicismo. Não ardi, porém. Aconteceu com a minha crónica o mesmo que por aí
acontece: nada. Qualquer protagonismo a que eu tivesse a veleidade de aspirar,
na glória efémera da semana de vida útil deste Jornal, teria, de qualquer modo,
sido pulverizado por isto agora do holandês esquisito (fisionomicamente
parecido com o também esquisito Francisco Assis do PS). Falo do presidente do
Eurogrupo, senhor de um nome cujo som parece o do prato do cão ao fazer-se em
cacos pelo chão: Dijsselbloem.
Toda
a gente sabe o que tal figurão-figurinha disse de nós (Portugueses, Espanhóis,
Gregos e talvez dos Italianos também): que connosco é tudo muito bonito mas
mais à base de putas & vinho verde. Não é que seja mentira, ó pessoal!
Todavia, a acusação peca mais por defeito do que por excesso. Para mais, vinda
de um gajo cujo país expõe as prostitutas em montras de pé-alto à maneira de
talhos virados para as ruas por onde passam criancinhas. Para menos, vinda de
um fulano em cujo país a ganza é mais livre do que por cá as andorinhas. Para
tanto, vinda de um parasita cujo salário diário equivale a não sei quantos
salários-mínimos cá da parvónia.
Peca por defeito
porque não é só em putedo e copofonia que esbanjamos à larga. Não só. Também
sustentamos subvenções vitalícias (e milionárias) de políticos como ele,
canalha que sabe lá o que seja uma leira, uma oficina, uma escola no
cu-de-judas. Também ombreamos a canga de uma dívida externa infinita,
artificial e impagável que gajos como ele criaram do nada para sustentação ad æternum
de
meretrizes de gravata como ele.
Também mamamos o
fel das recapitalizações bancárias ordenadas por gajos como ele no dourado dos
salões extraterrestres em que vegetam as suas estéreis existências.
Eu sei o que o
assusta: é aquilo do Brexit. O
Dijsselbloemzito teme que, colando o exemplo, lhe tirem a gamela das fuças. Que
nós, os tais pequenitos do Sul, lhe escaqueiremos a manjedoura com o braço do
manguito. E que eles, Holandeses acólitos dos Alemães, tenham de ficar com as
próprias putas para consumo-da-casa e de se verem reduzidos à vinhaça que,
aliás, nem sabem fazer. Não se lembram de terem sido corridos a pontapé do
Transvaal pelos Ingleses. Não se recordam de lhes termos nós, Portugueses,
estampilhado o focinho a galhetas no Brasil que nos queriam roubar.
Quem prostituiu o
sonho de paz duradoura no pós-guerra de 1945, e que esteve na base da
concertação de uma pretensa unidade europeia – foram gajos como este imitador
do ultra-ortodoxo Francisco Assis. Não fomos nós – que trabalhamos a vida toda
por um restolho de migas em malga rachada. Não fomos nós. As nossas putas,
senhor, são mais sérias do que as vossas. E a nossa pinga, da Porca de Murça à
torreira do Esporão, passando pelo milagre em escada das Encostas do Douro, é
incomparavelmente mais encorpada do que a mijoca sensaborona do vosso schnapps. A verdade fala pela minha boca
como se um vento profético me arejasse as barbas no deserto, pá.
E ainda: ó pá,
foste a três finais do Mundial da bola e perdeste-las todas. O nosso putedo e
os nossos bebedolas, pá, são Campeões. Campeões de quê? Dessa mesma Europa que
pensas ser tua mas não é. É cá do Sul, carago!
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