04/08/2011

Rosário Breve nº 218 - in O Ribatejo - www.oribatejo.pt - 4 de Agosto de 2011


Toda a verdade quanto ao memorando da Troika


A Genciana do Abílio já não é do Abílio, agora anda com o Adérito, o Adérito que esteve junto com a Palmira uma data de anos e agora já não está, portanto a Genciana do Abílio agora chama-se Genciana do Adérito, só que o Abílio para se vingar agora anda com a Palmira e com a Violante dizem que também.
O irmão do Adérito da Genciana é aquele coiso que mora por cima da mercearia, de dia é muito agradável passar à porta dele porque nos sobe à penca aquele perfume compósito do café, do bacalhau, do sabão azul e da lixívia, não me lembra agora o nome do irmão do Adérito da Genciana, sei mas é que trabalha na oficina das motorizadas do Júlio que fica ao pé da Ramona Cabeleireira, a que dizem que gosta de mulheres e não é só de lhes mexer na cabeça.
Um que dizem que está muito doente com um câncaro na cabeça é o Emanuel dos Elásticos, também nunca teve sorte na vida coitado desde que a mulher lhe fugiu para o Algarve com o Dionísio que vendia cassetes do Dino Meira na feira aos domingos.
O Silva dos Seguros é que a leva direita, fez as nóvóportunidades e agora só aparece no café com livros de bioquímica industrial e manuais de glotologia renascentista debaixo do braço que até parece um doutor como os de antigamente quando os doutores estudavam mesmo.
O Germano Comunista que ainda é primo do Abílio da Palmira & da Violante é que anda muito danado com isto do presidente da Junta falar muito da troika e do éfémi mas não fazer nada com as manilhas do saneamento no caminho que vai para as casas ao pé da Ribeira onde houve aquele incêndio dos bidões de resina e o Germano Comunista também anda chateado porque agora já não tem Sócrates para dizer mal dele e das roubalheiras e das clientelas e do têgêvê.
Isto no fundo a vida passa e o tempo também, qualquer dia é Natal outra vez embora este ano digam que é só pela metade o Natal, comigo é igual ao litro porque passo recibos verdes e sou patrão de mim mesmo quando a minha Violante deixa.

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Canzoada Assaltante