Henri Cartier-Bresson, México, 1963
Não tocarei hoje qualquer dos fantasmas disponíveis
da minha cidade privada.
É sábado, foi sábado, houve pouca luz
para tanto pedido.
Anoitece a partir das árvores, agora,
a tinta-da-china alastra ao índigo.
Tudo é rápido.
Do parque escorre ouro e húmus,
húmus e ouro tomam a estrada.
Animais atropelados pontuam o avanço
do marcador.
Desce-se a encosta, o ar cheira
a fumo e a laranjas.
Chamaram-me aqui para
este trabalho.
Deixo-o feito, talvez
os fantasmas venham recolhê-lo.
Caramulo, anoitecer de sábado, 26 de Maio de 2007
1 comentário:
grande poema.
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