Valsinha das Verdades
1.
Dívidas
não apagam tristezas.
Verdade.
Burros
mudos caem do céu.
Verdadinha.
Os donos
das nozes têm Deus nos dentes.
Verdadona.
Foi pelo
trio de axiomas supra-expostos que não assisti ao debate(-me, qu’eu gosto)
entre os dois Coisos que V. sabeis.
Não assisti. Extinguiu-se-me qualquer veleidade de novidade ante
mais-do-mesmo-seja-qual-deles-for-o-que-vier-a-ser. Preferi reler o ribatejano
Ruy Belo. Ruy Belo, o grande Poeta que devassou a Taprobana da Opus Dei para lograr
a escassa esperança da CEUD.
Aquele
homem para quem, todavia, isto-Portugal era, apesar de tudo, a Terra da Alegria.
2.
Dúvidas
não apagam alegrias.
Verdade.
Burros
surdos chegam ao céu.
Verdadinha.
Os das
vozes-dos-donos a si mesmos, fartos de nozes, se endeusam.
Verdadona.
Nem me
debatem uma face, nem eu dou a outra. Dá-la(s)-eis V., se assim o entenderdes, votando
mal: com a cruz no sítio errado do boletim, que é o vosso próprio lombo. É a
Cracia-do-Demo, por assim dizer.
Ou a
Arquia-do-Mêmo, como já dito.
3.
Dádivas
não dão vidas – dão só esmola.
Verdade.
Curros da
caridadezinha urram piedadezinha.
Verdadinha.
Sem miolo
na noz, até o burro tem voz.
Verdadona.
Refugiados?
Beatificação à-la-minuta de
oportunistas canonizáveis, por mais bem-intencionados alguns sejam.
E os
nossos velhos-de-pensões-do-Restelo? E a nossa desertificação sem ser à bomba?
E quase toda a gente de cá sem subsídio nem médico-de-família?
Isto é
para levar a sírio ou a sério? Ou é só para acender o círio?
1-2-3 e Pára o Baile
Dívidas.
Dúvidas.
Dádivas.
Ávidas.
Cúpidas.
Ínvias.
Ruy Belo,
o Ribatejano de São João da Ribeira (Rio Maior), outro tratamento a tudo isto
daria.
Mas isso
seria, só dele, Poesia.
Talvez isto
não fosse nem grande Terra, nem pequena Alegria.
Por mim,
todavia, cada vez que venho ali da Síria, é à séria.
À séria –
& de Luxe.
Sem
stress e à Strauss.
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