30/08/2023

H. EM BUSCA DELA - 133 (integral) - Domingo, 17 de Julho de 2022

 

© DA.


133

 

Delfim, Amigo:


Trabalhei as primeiras oito horas do dia. Minutos depois das oito, na rua já, escancara-se-me à luz este deserto chamado Domingo.

 

Ligeira fadiga não me impede de teimar novas linhas. Sem esperança, todavia, de topar (qualquer) sentido para isto. Digo: tudo isto.

 

Perscrutei a noite afinal fresca, toda ela. Não telefonei nem fui telefonado. Não li. Não escrevi. Trabalhei. Ganhei de noite o dia, por assim dizer.

 

Cristiano Guante Pertunha Filtro, viúvo de Ontília Cerume Patasco Cantaleão, vem ao Danúbio tomar seu verdume, depois vai daqui ao pão.

 

Demasiada gente contristurada suportando mal a permanente contrariedade da vida. Ou: da vidinha. Eu decerto tal qual tal gente.

 

Tó-Mané Vianeira Peldorada, taxista exausto, demasiados anos nas corridas –  ainda se fosse, de alvará, patrão… Mas não.

 

Diz-se muita coisa, ladra-se muito – mas pouco se aduz à luz do geral entendimento. Ora, isto causa-se ressentimento.

 

Casco Quenodal Ptistério Verndengo, taxidermista, maior bebedor de vinho do que cão em pé ao muito que chove. Anos? 59.

 

Panóplio Engaço Gasque Rendilha, com saudades da filha, tenta em vão que ela lhe devolva a chamada. Mas não, nada.

 

Maio de 1984. Jardim Botânico. Ali me eis com Ela. Adorada, cheirosa rosa muito branca, de olhos amáveis – e amados, perdida ora em canhenhos impublicáveis.

 

Vimente Pré Botante Deyroteo, armazenista de bacalhau, rico como um vespeiro ao sol, ou como um girassol desdenhoso, quer o filho doutor-médico.

 

Teodora Roriz Galveias Narciso, viúva de Gaudêncio Camarga Martizo Homício, também mora na Rua da Figueira da Foz, sim, como H.

 

Celana Geremin Murta Arrobas é tia do meu querido Amigo (& professor-primário) Barlindo Isidoro Vitalino Quaresma, ela mesma.

 

Musa Carminda Getúlio Paçô, namorei-a quatro meses, estivemos perto de nos cometermos matrimónio, outro galo hoje cantaria.

 

Nau Ceres Frágio Sepúlveda, infeliz pai-de-família, vesgos investimentos na Bolsa o caducaram – sem provisões ora, sem mulher, sem filharada.

 

Petúnia Salitre Riodar Galo, da Serra da Estrela, viveu noventa & dois anos em Coimbra. Veio para cá aos dois anos de idade. Nunca viu neve.

 

(Meia manhã é já volvida, desconheço naturalmente que tarde segregará ela de seu ventre, talvez muito cedo seja demasiado tarde.)

 


25/08/2023

H. EM BUSCA DELFIM - 132 - (conclusão)

© DA.




Duas velhotas perfumadas em a minha esplanada.
Uma é Florência; outra é Rosa Encarnada.
A primeira fuma; a segunda, também.
E ambas são avós, pois cada qual foi mãe.

Insisto na oratória solitário-versicular.
É minha a potência do mais silabar.
De menino vim p’ra isto, não hei como o negar.
A terra, afinal, é o mais final lugar.

Desfiz há muito o leito em que, des-feito, me des-deito.
Tornei-me lobo-do-mar-em-terra.
Não me vereis em Paris ou Inglaterra.
Se m’inda derdes esmola, aind’aceito.

Comprei pão propositado às aves.
Espalhei-o esmifrado p’la esplanada.
Duas maravilhosas, chumbo-suaves,
papam minhas migalhas tudo-nada.

Espalhei esmifradamente pão às aves.
Ganhei portanto o dia, a manhã, a noite veniente.
A que pertences, Hermínia? Em que tu cabes?
Quem se não sente, não é boa gente.

À morte condenam cada bebé nascido.
Tal crueldade nos não passa p’la cabeça.
A pulsão é foder quanto apeteça.
Cifra estatística dá o cada falecido.

13h08m: acabei tendo pão-pró-pombas.
Já as alimentei, meu dia ganho.
Eu sei quanto ’inda tenho & quão não tenho.
Eu busco a luz que as trevas desistem em sombras.


 

18/08/2023

A propósito de certa triste efeméride (republicação de crónica publicada no semanário 0 RIBATEJO a 15 de Janeiro de 2015)

 

À toujours comme tous les jours

 

    Bruma e geada cingem a respiração em andamento. Uma pessoa vem por beira-rio, está frio, é tempo dele, as botas escrevem no chão o dois-por-quatro do caminho, sabe bem devolver em vapor ao ar o que dele veio em gelo. Com alguma sorte, é-se tão natural como cada signo do dia novo: os próprios braços como os das árvores, a água na boca como a do rio, persistindo ambas em chegar um dia ao mar, a fervura do cartoon do pensamento como o desenho-animado do vento nas coisas volúveis, volantes coisas, venais é que não. A hora não é de relógio, a manhã não é de calendário: outra coisa serão, outro sentido terão, ser nelas é quanto basta. Para já.

    Chega a pessoa ao balcão da Ermelinda, já ela lida trapos e vidros, da máquina-cafeteira silva o nevoeiro cálido, pelo chão a serradura fresca espera a cuspidela dos de mais brutos modos, desligada da ficha a arca dos gelados espera o Estio e a criançada colorida dele, sabe bem apear o bornal, sabe bem hastear os bons-dias aos congéneres de Língua e Pátria que vêm ao mesmo, a Ermelinda servindo a cada um o necessário sem perguntar o quê a quem, longos anos num gesto resumidos que é serviço e (re)conhecimento do Outro.

    Lá fora, a música do mundo afina seus naipes: as ovelhas-chocalhos, os pardais-apogiaturas, o sacristão-badalão, a prata barroca do fontanário perpétuo, a trompa de ter nascido e mesmo assim o sol vir assim mesmo. Ninguém faz por pôr o seu deus, se algum, à frente dos outros na bicha do Paraíso, se algum, muito menos alguém se lembra de matar o próximo em nome do longínquo, a Ermelinda é que sempre diz que o negócio de cada um não é a venda de todos.

    Casados no palato o figo e a aguardente, agora sim, agora é hora-número, o dia é já qualquer-coisa-feira, o trabalho não azeda, vai o mestre da escola para a escola, o da oficina para a oficina, o da muita terra para a leira, o do pouca-terra para a estação, o das cartas para o correio. Ranchos de mulheres algaraviam o perpétuo interesse da vida a caminho da fiação. Guincha o postigo meio-corpo do sapateiro. Trissa altíssimo o manicómio feliz da passarada no plátano grande do rossio. Fico a sós com a Ermelinda, que confia na honestidade da minha solidão para ir ali num instante ao peixe e aos jornais, olho a repetição de cada mesa à espera da novidade do fantasma, vou abrindo o bornal, tirando dele o lápis, a caderneta para que copio as coisas importantes, dessa “suprema importância que passa no dia seguinte” anotada por um tal Pessoa, pessoa que também gostava de aguardente, de figos não sei, de figos gostaria Caeiro, se algum.

    Boa coisa: à volta da Ermelinda, quase sem quê e de todo sem para-quê, tenho a crónica feita. Ajunto caderneta e lápis de retorno às entranhas de pano do saquitel, engulo uma para o caminho (bebe muito a pretexto de si mesmo, o sacana do caminho) e é já quando devasso no pórtico as fitas verticais contra o mosquedo que, ao meu Até-logo-Ermelinda, dela ouço esta bonita coisa:

– Até sempre, Charlie.

 

H. EM BUSCA DELFIM - 132 (22 estrofes mais e ainda) - Sábado, 16 de Julho de 2022

© DA.





O crime do incendiário é-me pessoalmente repugnante.
O da pedomania, repugnantíssimo, intolerável.
Mesmo que não-amada, deve a pessoa ser amável.
Isso a torna pessoa, cívica, humana & boa-gente.

Padeço, há coisa de quinze anos, de crises ácido-úricas.
Debilitam-me elas a extremos de invalidez.
Fideputas tais purinas da mais anti-renal acidez!
Combato-as a Colchicine & a demais coisas barbitúricas.

Fui: organista de igreja aos dezasset’anos (por namorar ’ma catequista);
pintor-de-paredes em anos de intestina dissensão;
recepcionista de hotel; vigilante de asilo; anacoreta-baptista
& vendedor do mais fresco & impoluto requeijão.

Vivo para escrever, não vivo de escrever.
O esquecimento me perdoará tal desperdício.
Escrever é porém meu solo-vero ofício.
O resto é esgadanhar em prol do pão para comer.

Tenho é lido coisas (alheias, claro) maravilhosas.
Quatro Amigos hei fazendo o mesmo, sim.
Há livros que me dão cabo das coisas.
Dar cabo das coisas é o meu fim.

Amadurece já a manhã (são as 9h56m).
Há que viver delicado, mesmo entre brutos.
Há que ser dedicado, mesmo entre astutos.
A morte soma todos os anos; a vida?, minutos.

“Já estás co’ ela?”
Quando tal me perguntam, sei não referirem-se a eventual 
alguma mulher.
“Já estás co’ ela” é a bebedeira com que então estiver.
(E no entanto já tive alguma vera ela, invariavelmente bela.)

Em alheias dimensões, mistérios benignos.
Em remo(r)tas aldeias, índices & signos.
De cada vez que revisito meu Zé-Irmão,
regresso combalido de sua/minha condição.

Ó Germano das Águas do nosso Município!
Ó Freixo dos Verdes, prof. de Matemática!
Ó Gramática regente do Passado-Particípio!
Ó Infelicidade-a-Mais-Espermática!

Resgatar-me-ei eu ’inda desta perene transitoriedade?
Optarei eu pela utopia criogénica pró-ressuscitação?
Lázaro serei de um Cristo em Boa-Vontade?
Há deveras mais filosofia em o garrafão?

Em Portugal, as Urgências-de-Obstetrícia
volveram-se quási todas casos-de-polícia.
As parturientes, regidas p’la Natureza,
não sabem onde parir, não há base de certeza.

Frautas-avenas bucolizam prados de pastorícia.
(Mas reitero o que disse daquilo da obstetrícia.)
Rugas pergaminham, daquel’além senhora,
o rosto que foi já de fêmea sedutora.

O Sol amadurece a estiolada aridez.
Bate forte na cabeça, desequilibra.
De estiolar-se, é que ninguém se livra.
Há no viver uma espécie de avidez.

Primícias, ’inda as guardo incorruptas.
Excelsa criação tive de os Pais.
Escuso é d'andar p’r’aí aos ais.
De cerrados olhos é que bem escutas.

Como verticais ourivesarias, as laranjeiras.
Pepitas d’ouro-verde, os limoeiros.
Maravilhas simples, as árvores-fruteiras.
Cada uma vale universos inteiros.

(De-cabo-a-rabo, trabalho.
Quem mo contrarie, vá co’ caralho.
A função-poética? Meu rumo.
Meu rumo com atavio & aprumo.)

Sempre haverá quem mais mal do que nós esteja.
Vale mais acordar cedo, laborar, tomar cerveja.
Camilo Castelo Branco, casado aos 17 anos em Ribeira de Pena.
Eça (cônsul) documentando o moço Nobre: que insigne esquecida cena!

António Fragoso. Amadeo. Cristovam. Mário Botas.
Sebastião da Gama. Dom Sebastião. A morte-moça por quotas.
Obras que se obstinam em vão anti-esquecimento.
Memória-da-História, aprendizagem-nenhuma, é verdade, lamento.

E se de repente me deixasse de tabagismos & copofonias?
Que saúde intolerável presidiria a meus dias?
E se? E que? E por que? E pois então?
Recuperaria eu a meu Amarelo Canino-Cão? Não.

Rebrilha já o folhedo das altas tílias.
À delas sombra, pequen’-almoçam famílias.
E eu sinto, co’ aliás a mor acuidade,
repentes de solidão, literariamente soledade.

Vou a páginas 109 deste mesmo manuscrito.
Tocando vou gado, povo-de-meus-sonhos-vãos.
A Serra da Estrela atira em pedra grito.
E eu também não, sou bem mais de nãos.

Íñigo, meu novel Amigo, venham dias melhores.
Catar comida em lixo tem de ser já pretérito.
Eu vira um rapaz na merda, chamado Adérito.
Mas o preto-e-branco também é a cores.








17/08/2023

H. EM BUSCA DELFIM - 132 (mais onze estâncias esquecíveis) - Sábado, 16 de Julho de 2022





Em mesa próxima, diz “Estou velho” um velhote.
Vermuta-se o dito, tendo um amigo por companhia.
Estes lugares-comuns são p’ra mim outra alegria.
Gosto de ouvir a vulgar gente, de suas voltas a mote.

Posso (& vou) passar nisto & assim a manhãzinha.
Escrevendo, não sou (ou me sinto ) besta tão sozinha.
Faço mal a ninguém, faço o bem que me for possível.
(Mas não criei as Filhas, o que me volve inverosímil.)

Eis que chega Carlos Miguel Dovar Mercedes.
Traz cara de quem vem c’uma-daquelas-sedes…
Ei-lo empinando a boazona cervejola
& atirando impropérios aos clubes rivais da bola.

Conheço casos de gente que temia morrer.
Conheço casos de gente que queria morrer.
Toda ela viu cumpridos seu temor & sua querença.
Ah pois!, pois morrer é mais fácil do que se pensa.

Um pano de relvado verd’amarelece sob o viaduto.
Penso nas catedrais de Georges Duby, nem sequer sei porquê.
Nesses esparsos milenares homens ignotos de absoluto.
Ó senhora Mariazinha, não me trate por você.

Crescemos para a cova, cinzas ao vento, ó Guilherme.
Ou nos espera o crematório ou o subterrâneo verme.
Um berço é bonito ataúde, azulíneo ou cor-de-rosa.
Cada Filha minha em bebé, cada coisa maravilhosa.

Perdoarás decerto, bom Delfim meu, meu prosaísmo.
Estou concatenado ao Cesário, esse ídolo franganito.
E inimitável. E inemulável. E amável. E aflito.
Padeço, bom Delfim, do mais lamentável cesarioverdismo.

Era por uma noite cálida de Julho, estávamos na eira.
O senhor Pai falava do Pai dele, extinto muito novo.
A lembrança mente alegrias como a galinha bota ovo.
Eu era ainda petiz – e feliz, não andava na bebedeira.

Também Mercedes se chamava a taberneira surda & gentil.
A taberna era ali-Lisboa, perto da antiga sede dos leões.
Era 1995, eu ia lá co’ meu Cesário & o meu Camões.
A freguesia-maioria era de cegos-pedintes, p’r’aí uns mil.

Os cegos sabiam de cor todos os onzes Sporting-Benfica.
Sim, todos – e desde os anos 30/XX mais troca-o-passo.
A mor parte bebia vinho – eu já bebia mui bagaço.
Também sabiam de ciclismo, numismática & luvaria-de-pelica.

(Estou só qual oásis desertado em tórridas areias.
Só tenho isto: este caderno, esta surda manusgritaria.
Não hei mulher que gilvicentinamente me leve em cavalaria.
Tenho sido antes asno, voraz de forragens & de aveias.)







16/08/2023

H. EM BUSCA DELFIM - 132 (dois parágrafos à laia de preambulares + cincos primeiras estâncias) - Sábado, 16 de Julho de 2022

© DA.




        132



        O urdume das existências não cessa de jogar ao entrelaçadeslaça. A vaga-de-calor destes mais recentes dias fez disparar (para cima) a média da taxa de mortalidade. A torreira solar cava obituários fundos, sobretudo entre os mais anosos & os doentes-crónicos. Acima da média, 238 óbitos, salvo erro.

        Também a minha existência não cessa de urdir seus liames & seus desquites. Trabalhei, hoje já, oito horas: das zero às oito. São ora as 8h37m, escrevivo sob as frondosas tílias (Café Danúbio, Rua do Padrão). Até cá, caminhei algo alquebradamente. Sou, afinal, um pré-sexagenário. Não já o viço permanente de outrora me subsidia as passadas.



É aprazível fumar devagar sob tílias munificentes.
Além, o Choupal sobe arvoredo ao céu coimbrão.
Pugno por serenidade de minha mesma condição.
Disfarço rápidos bocejos, coço a barriga, uso lápis dif’rentes.

Às cegas, tacteia-me adentro o ainda-rapaz-em-mim.
(É que a vida volveu betão o que me era jardim.)
Amo sobretudo as aves, suaves d'ares & aragens.
E ver passar os táxis acarretando gentes-bagagens.

Emparelho recordações fixas a vaguíssimos desejos.
Trabalhando de madrugada, sequestrei a quietude.
Posso (& devo) fazer algo mais por a minha saúde.
Não hei-de é lamber botas nem encher cus de beijos.

Não municiei de pão hoje as (minhas) pombas d’alva.
Talvez pela tarde o faça, se & em o podendo.
Alimentá-las é uma coisa-gesto que me salva.
É alegria certa (das poucas que hei) no ir-vivendo.

Vou a páginas 106 deste mesmo manuscrito.
Uma segunda-feira o encetei, foi a 4 de Abril.
Duvido que as páginas dele cheguem a mil
Em certas linhas mais pungentes, ele é mais um manusgrito.











W. A. Mozart - Piano Trio E major KV 542 - Wiener Schubert Trio

14/08/2023

H. EM BUSCA DELFIM - 131 (conclusão)





Riscam as andorinhas (perturbadas)
primaveras que não há senão queimadas.
Eu já tive família, já a não tenho
– de manhã cuspo forte & largo ranho.

Eu nasci pequenito, não XL:
herdei de meu Pai nome, Daniel.
Hoje, engrandeci em pequenez:
& às vezes sou, em verso, o mais soez.

Fala comigo, anda. Fala comigo, vem.
(Senhor Pai, quem se desanda? Que se desanda, ó Senhora Mãe?)
Apuro a minha caligrafia
para r-existir de noite ao novo dia.

Reli na cagadeira (gosto de ler quando cago)
um tomito de poesia-verso-livre.
Foda-se-lá-c’um-caralho, deus-me-livre!
Bardamerda a poetómanos d’um c’um carago!

Pareço nazi, não posso queimar o Kafka, a tuberculose o safa.
Pareço cristão, recebo salário de uma cristã associação.
Eu prefiro sempre a copo o teúdo da garrafa.
Eu amo as duas Filhas – & o Gato – & o Cão.

Não sou nazi, não processo o Kafka, paterAvô na Grande Tuberculose.
Eu faço de lagarta, neto & filho & gato & cão.
Mas não há quem me humilhe ou goze.
Sou de meu mesmo verso a puta-condição.





09/08/2023

H. EM BUSCA DELFIM - 131 (mais uma estrofe)

 



Da árvore, a beleza demonstrada
a olhos de incréus sem deus nem nada.
Da sombra que ela estende, o refrigério
– e à sesta dela dormir mesmo a sério.




Canzoada Assaltante