Uma gratidão vezes 32
Não
se trata nem de elitismo meu nem de apatia minha – mas a verdade é que sinto
cada vez mais repulsa por certo opinativo-jornalixo
que neste morredouro de tansos chamado Pátria se pratica 24 horas por dia / 7
dias por semana / 12 meses por ano: julgo eu que desde 1143, ainda por cima.
Estou
sendo completamente franco para convosco: e bem mais que de costume.
A
que me refiro eu em concreto? Em concreto, a tudo: ao terrorismo parolo &
ubíquo do futebol; ao facto concretíssimo (ou “naturalíssimo”, já?) de as
pessoas irem ao hospital para se curarem de uma maleita vulgar e saírem de lá
de pés tão juntos quão frios por causa de um mal que nem era o que as lá
levara; os especialistas de
toda-a-merda-&-mais alguma a propósito de nada-&-de-tudo (com
prevalência do nada, naturalmente); o
carnaval grotesco a propósito da tragédia dos incêndios deste ano; a impunidade
(até à redentora prescrição judicial) dos corruptores de toda a espécie:
política, económica, económica & política.
Farto
disto. Não é do meu País que estou farto. É da espécie de desPátria em que se deixou enredar. Números: o salazar-marcelismo
durou 48 anos; o 25 de Abril já foi há 43. Pergunto: nada aprendemos em quási
outro tanto tempo? Continuamos a fazer da persignação o que deveria ser marcha
porquê? Nas redes sociais (que entretanto abandonei de vez por razões cá muito
minhas), a idiotia grassa como uma epidemia tão impossível de segurar como, com
as mãos, as ondas do mar.
Reajo
assim: ambulo pelas ruas. Anoto o que vejo. Ouço o que dizem. Tomo café devagar
como um beija-flor filmado em câmara-lenta. Uma vez por semana, é-me dado o
alto privilégio de escreve’dizer em voz-alta, nesta coluna mesma, o que o mundo
me suscita.
E
aqui era ao que eu queria chegar – e cheguei. O meu/nosso/Vosso O RIBATEJO fez por estes dias 32 anos.
Em papel como electronicamente, este Jornal NUNCA é jornalixo. É SEMPRE ético, isento, deontológico & limpo sempre de
corpo & alma.
Sai
às quintas em papel e todos os dias pelo ‘site’
http://www.oribatejo.pt/.
E
é uma honra ter-vos ao alcance do olhar, senão das mãos, através dele.
Sou-Vos
gratíssimo por tal honra. Ela vos presto em grato retorno.
2 comentários:
Bom, foi bom reencontrar-te, porque deixei de te “ver”.
Como ninguém me sabia dar notícias tuas naquele universo, cada vez mais pequeno, em que se vai tentando passar umas coisas aos miúdos, passei por aqui e gostei de te (re)ler.
Aproveitei para ler outras coisas e verifiquei que tenho que vir mais vezes aO Ribatejo.
Um grande abraço, amigo.
Abração daqueles apertadões, Amigo Vítor.
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