CINQUENTA:
PERDURAÇÃO - II
Leiria,
terça-feira, 28 de Janeiro de 2014
Nada
perdura que humano seja
– assim Maio escrevi ano passado.
Ora, o arvoredo, despassarado,
semelha ao vento um frio vão de igreja.
É como se antigamente o Inverno.
É como se nada fosse – e não é.
É como se a vida mesma, aqui ao pé,
ázima invernasse o pão que vier no
restolho de outros dias perduráveis:
esses mais amáveis e mais amados,
esses idos já todos, já passados.
Do conto incontável dos dias-tempo,
não lâmpada sobra nem filamento.
Humanos são só os não
perdurados.
Sem comentários:
Enviar um comentário