28/09/2018

Soneto de sexta-feira, 28 de Setembro de 2018






Tantos anos volvidos – plena bruma
Adoça amarga a interioridade
Do ser que vai estando na passagem
À bolina de dias repensados.

Já inclinada mais está a ladeira
Que outrora subiu arborizada.
Panos de relva mui estendem sombra
De que aves invisíveis tomam posse.

Silêncios mores estend’ em lençol o céu
Que a névoa sequestrou por estas horas.
Laurindo chega à obra, pousa o saco,

Confere em torno d’ontem os despojos.
Em vinte anos, tudo resolvido:
Nem sonetos, nem doce amargura.


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Canzoada Assaltante