A cidade sobreviveu à chuvada nocturna.
Na saleta, deitado sobre grená, estive até horas pardas a ver se a televisão era ou não capaz de sedar-me.
Não foi.
Seguiu-se uma colecção de três sonhos sem interesse narrativo.
Às sete da manhã, o mundo pôs-se a chiar como uma chaleira.
Levantei-me, dei as costas ao espelho e despenhei-me de amarelas águas.
Decidi não fazer a barba.
Aqueci café na cafeteira azul.
Sentei-me à janela da cozinha e deixei passar.
De repente, estou aqui.
De repente, já não.
Coimbra, manhã de 18 de Fevereiro de 2006
6 comentários:
Levantei-me, dei as costas ao espelho e despenhei-me de amarelas águas. Tantas vezes e nunca contado assim. Tudo pode ser reinventado. Uma lição. Não deixo de sorrir.
Daniel
poquê "DE amarelas águas"?
o DE justifica-se: o mijo até as preposições puxa.
"poquê?"
poque nachi em macau!
hummm... DE macau não soaria "polquê" ? ;-)
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