14/01/2006

Incomunidade

Ela só esperava já que a paixão a deixasse viver.
Uma manhã, decerto, essa lotaria haveria de marcar o número pessoal.
Rota a paixão como uma meia velha, o amor tomaria o seu lugar à mesa, o lugar dele.
E ela passaria a servir o jantar frio e individual ao canto do balcão da cozinha, não já à mesa nupcial.
Isso aconteceu.
Retirou das madeiras e dos vidros os suportes fotográfico-frigoríficos que sorriem o passado afinal lacrimoso.
Ocupou de caixas de chapéus o canto dos sapatos grandes.
Utilizou a ficha tripla quase toda, na sala de estúdio.
E pôs-se a telefonar a amigos menos comuns do que a comum vida.
Atenderam-na.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sorri.

Anónimo disse...

É um texto confuso...não tão bom como o que é habitual...
e triste (o que é habitual)

Canzoada Assaltante