18/12/2020

VinteVinte - 158 (XIII)



    XIII


    Mulheres como Florbela Espanca & Mercedes Blasco, não muitas andam ’inda por aí. São pouco estremes as de agora. Estas lá sabem, é com elas só. Tivemos de cigarrilha a Natália Correia, a de espadaúda voz & malícia grave. Houve a senhora Ana de Castro Osório, subida dama deste País tão pouco pródigo de elevado pessoal, feminino ou d’outro género. 
    Deu-me para pensar nelas agora, desconheço porquês. Ardis do ócio, talvez. Gostaria também de saber mais sobre a mulher com quem, mui assisadamente, Fialho de Almeida se sacramentou a tempo & a mais que horas de não morrer pobrete & tristete. Os manuais histórico-literários portugueses enjeitam os cônjuges dos canonicamente tabelados por livresco mérito. A culpa é do estruturalismo-francês-de-França, avento eu. Da D.ª Emília do Eça sei alguma coisita. Da Ana Plácido do Camilo, já toda a gente, se não sabia, dizia. Raul Brandão algo tributou à sua Angelina, connosco o partilhando. Assim também a Ângela de Carlos de Oliveira. Das mulheres de Fernando Namora & Vergílio Ferreira, nada. Das de Camões, só este por aquele soneto. 
    Que em paz todas enfim estejam, lá em réquie onde de nomeada precisem nada. 


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Canzoada Assaltante