29/10/2010

Rosário Breve nº 178 - 29 de Outubro de 2010 - www.oribatejo.pt



OE ou não é, chiça

Enquanto lá fora, pela (des)Europa, o anel de ferro franco-alemão, em nome da “estabilidade da Zona Euro”, se faz arganel nas ventas dos pequenitos pseudo-27, por cá, a nunca por de mais hedionda parelha Zé Sótretas/Troca-os-Passos entende-se bem, fingindo sempre que se desentende, a propósito de tostões que (nos) custam milhões. Haja alguém que, de vez, diga que isto OE ou não é. E chiça.
Entrementes, a (dona) B(r)anca engorda como uma porca que vai à manicure no intervalo de roubar. O BCP Millenium, sozinho, cevou coisa de 200 e muitos milhões de euros de lucro. Parece coisa de ténia, isto de 22 por cento mais de farelo intestinal. Este nunca-fartar-vilanagem tem matriz directa na selvajaria do neoliberalismo sem freio. Digo-o eu, que apanho beatas do chão e aproveito os restos de bica em chávenas alheias, esquecidas e arrefecidas. Os colarinhos-brancos e os botões-de-punho mamam avidamente, e sem engulhos de laringe, as taxas de juro equivalentes ao arfar das más cópulas, os onzeneiros interesses, as ganâncias judias, as imoralidades do zamericanos, o nanismo social do Sarkozy e a teutónica frigidez contabilística da Merkel.
Por cá, as autarquias deste quase-País tão lento quão flatulento, ao cabo de anos e anos soltas como bezerras sem ortografia pelas lezírias do endividamento irresponsável e do enamoramento de café de província para com sucateiros meio Ford-Transit meio BMW com matrícula K de importação alemã, urram e ganem à maneira do pato-bravo mal-casado ao descobrir que, afinal, a brasileira do Messenger tinha três filhos crescidos e os ligamentos suspensores das mamas mais descaídos do que o desafluxo de sangue aos tecidos erécteis.
Parecer-vos-ei, talvez, abespinhado como um ouriço na antemão da travessia de um terminal TIR. Mas não estou, juro que não. É que hoje, sexta, 29, vou com o meu dilecto e predilecto amigo J’aquim à festa gastronómica de Santarém. E quando assim é, está tudo bem.
Comamos-lhe, bebamos-lhe e convivamos-lhe, enfim, que a vida são dois dias e a nossa época é uma noite sem manhã à vista.



2 comentários:

António disse...

Muito bom...parabéns

Daniel Abrunheiro disse...

Eu é que agradeço a/s leitura/s.

Canzoada Assaltante